+351 21 151 71 00

A exposição “O Médico em África; a outra face da medicina portuguesa no século XX”, inaugurada no dia 28 de Outubro de 2017 na Sociedade de Geografia de Lisboa simultaneamente com um Colóquio sobre o tema e o lançamento de dois livros evocando médicos e testemunhos da época, foi uma organização da Secção de História da Medicina da Sociedade de Geografia de Lisboa, comemorando os seus 20 anos, e foi coordenada por Isabel Amaral, fazendo parte da comissão organizadora Isabel Amaral, Manuel Mendes Silva, Isabel Ribeiro, Inês Ornellas e Castro, Luísa Villarinho, Maria Helena Arjones, Ana Rita Lobo, Francisca Dionísio, Bárbara Direito, José Avelãs Nunes e André Pereira. A exposição manteve-se até dia 4 de Novembro e teve meio milhar de visitantes, tendo na sua inauguração no dia 28 de Outubro, com o Colóquio, mais de duas centenas de participantes, números apreciáveis para o nosso meio. Muitos testemunhos relevantes ficaram registados no livro da exposição.

No site do evento poderão apreciar mais pormenores, incluindo um roteiro da exposição muito completo e bem ilustrado. A organização convida todos os interessados a visitar este “site”, de que muito se orgulham.

Por ser um apontamento histórico que resume a importância do Hospital Pediátrico de Coimbra na saúde dos portugueses, publicamos o discurso de Jorge M. Saraiva, diretor do Departamento Pediátrico do Hospital Pediátrico – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, proferido por altura do 40º aniversário do Hospital Pediátrico de Coimbra, dia 1 de junho de 2017. Na ROM de junho de 2017 publicamos informação adicional sobre este evento comemorativo, nomeadamente uma breve entrevista ao diretor do Departamento Pediátrico.

 

DOWNLOAD

Discurso_40_anos_do_Hospital_Pediatrico_de_Coimbra

Acaba de ser publicado o livro D’AQUEM, D’ALÉM E D’ULTRAMAR. HOMENAGEM A ANTÓNIO DIAS FARINHA, organizado por Francisco Contente Domingues, José da Silva Horta, Paulo David Vicente, colaboração de Augusto Mayer da Silva, Luís Manuel de Araújo, editado pelo Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. O percurso raro, senão único deste autor, no mundo académico, é salientado na introdução, assinada pelos organizadores.

 

Licenciado e Doutor em História pela Universidade de Lisboa, Licenciado em Medicina pela mesma Universidade, Licenciado em Árabe pelo “Institut National des Langues Orientales Vivantes” (Paris), Membro das Academias: das Ciências de Lisboa, Portuguesa da História e de Marinha, Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da “Real Academia de la História” (Espanha) e da “Societé Asiatique” (França).

 

Foi dintinguido com os seguintes prémios e louvores: Prémio Pfizer 1978 de Medicina (em colab), dois prémios de investigação Calouste Gulbenkian “Presença de Portugal no Mundo”, Prémio de História da Comissão Portuguesa de História Militar, Medalha de Ouro da Cultura Árabe da ALECSO, Arab League Educational, Cultural, and Scientific Organization, Cruz Naval de 1ª Classe, Comendador da Ordem Nacional do Infante D. Henrique.

 

Da sua vasta bibliografia, destaca os seguintes livros e artigos: Portugal e Marrocos no século XV. 3 volumes. Lisboa, 1990, Os Portugueses no Golfo Pérsico (1507-1538). Contribuição documental e crítica para  a sua História. Lisboa, 1991, Crónica de Almançor sultão de Marrocos. Chronique d’Al-Mansour sultan du Maroc (1578-1603). Lisboa, CEHCA1997. Traduções em Francês e em Árabe, Os Portugueses em Marrocos. Lisboa: Instituto Camões, 1999. Colecção Lazúli. Edição em Português e Árabe. 2ª ed. [Al-Burtugâlîun fî l Magrib (em Árabe)], “The Changing Face of Islam in Europe and on Its Periphery. The Case of the Iberian Peninsula”. Center for Strategic and International Studies, Washington, D.C., 2002, “A Evolução Política Moderna do Islão”. In 11 de Setembro Uma Década Depois. Lisboa: Fundação Luso-Americana; Almedina, 2011.

 

A História da Medicina conta-se entre as áreas do seu interesse. Recordamos a sua partipação na sessão temática de 23 de Maio, “Literatura e Medicina da Idade Média ao século XXI”, organizada pelo Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos, com a palestra “A influência da Medicina Árabe na Europa Medieval”.

 

A vasta homenagem que agora se publica integra 125 colaboradores, cujos textos se dividem por dois espessos volumes.

 

O Capítulo II do volume I, “HISTÓRIA DA MEDICINA E DA CULTURA MÉDICA”, reúne os seguintes artigos:

 

  1. Álvaro Maximino Pereira dos Santos, “Farmacologia: das origens remotas até aos contributos da ciência árabo-islâmica
  2. Ana Maria S.A. Rodrigues, “Ciência e magia no Tesouro dos Pobres de Pedro Hispano”
  3. F. Guerra Rodrigo, “O revestimento cutâneo em perspectiva antropológica”
  4. Isilda Teixeira Rodrigues, “Amato Lusitano, uma figura de referência da cultura médica portuguesa”
  5. J.A. Esperança Pina, “Anatomia artística, mumificação e medicina no Egipto antigo”
  6. J. Braz Nogueira, “Algumas notas sobre a descoberta da hipertensão arterial e suas consequências”
  7. J. F. David Ferreira, “Sábios ao serviço do Islão. A medicina como lugar de encontro de judeus, cristãos e muçulmanos”
  8. José Manuel Azevedo e Silva, “O médico-filólogo José Inês Louro
  9. José Pedro Sousa Dias, “A raiz-e-joão-lopes-pinheiro e a sua introdução na terapêutica europeia do século XVII”
  10. Maria do Sameiro Barroso, “A medicina entre os Celtas, do período La Tène à ocupação romana”
  11. Maria José Forjaz de Lacerda, “O impacto da medicina árabe na história da medicina. Da medicina árabe à medicina do Renascimento”
  12. Maximiano Pereira Henriques, “Medicina de salvamento – o paradigma actua da resposta à urgência”
  13. Nuno Simões Rodrigues, “O problema da circuncisão judaica na cultura greco-romana”
  14. Olga Duarte Silva, “Plantas medicinais. Interesse e seu estado actual”
  15. Vítor Augusto Rocha de Oliveira, “Egas Moniz e o Brasil”

 

 

Felicitamos o calorosamente o homenageado, bem como os organizadores e colaboradores por esta obra notável.

 

 

Texto de Maria do Sameiro Barroso

Decorreu na Universidade de Kant e no Museu do Âmbar, em Kaliningrad, antiga Königsberg, na Prússia Oriental, entre os dias 14 e 17 de Setembro, o congresso sobre o “Âmbar na História da Medicina”. Maria do Sameiro Barroso participou no congresso, a convite da organização, tendo apresentado a conferência “Amber, Ingredient of the Costliest Portuguese Compounds: Identification and Medicinal Use in the Medieval Anglo-Norman Lapidaries”, representando o Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos de cuja Direção faz parte. O âmbar, resina fossilizada proveniente de florestas fossilizadas no Eocénico, cujo elemento terapêutico essencial é o ácido sucínico, foi abordado por investigadores provenientes sobretudo da Rússia, Biolorrússia, Letónia e Lituânia, em múltiplos aspectos da sua vasta e rica história, e de relevantes estudos bioquímicos e terapêuticos. O congresso foi complementado por vários eventos, dos quais se destacou a visita a Gesaria (Amberland), onde o âmbar é extraído a partir da camada azul da estratigrafia costeira e é apanhado na praia pelos pescadores de âmbar e por uma magnífica exposição “Amber, Myths and Science”.

Anexamos programa das Jornadas de Medicina da Beira Interior 2015, que se realizam este ano nos dias 13 e 14 de Novembro.

DOWNLOAD

Jornadas_da_Beira_Interior_2015_programa

Estamos perante a oportunidade única de possuir um dos melhores Museus do género a nível internacional, e de travarmos a destruição.

PROPOSTA  AO  GOVERNO  E  À  CÂMARA  MUNICIPAL  DE LISBOA

PELO DESENVOLVIMENTO URGENTE DO

MUSEU MIGUEL BOMBARDA

DE ARTE E CIÊNCIA

UM TESOURO PARA O FUTURO, PRESTIGIANTE PARA O PAÍS            

O ex Hospital Miguel Bombarda é um património muito raro, ou mesmo sem paralelo a nível mundial, pela diversidade e qualidade das suas valências, que incluem edifícios vanguardistas, inseridos num espaço secular de quinta, convento e hospital, uma das mais antigas coleções de arte de doentes (c.5000 obras), um notável acervo de fotografia (c.5000 exemplares), de material clínico e de mobiliário, além de um precioso e vasto Arquivo, com dezenas de milhares de processos, livros de registo, relatórios, correspondência, múltipla documentação social, etc, desde 1848. (anexo)

Só uma pequeníssima parte do acervo está exposto no atual Museu do Hospital, fundado em 2004 (visitado por 40000 pessoas, sobretudo estrangeiros), instalado no Pavilhão de Segurança, o edifício a que os visitantes têm acesso. O restante acervo e todo o arquivo foram transportados, aquando do encerramento em 2011, para o Hospital Júlio de Matos.

Recentemente (DR, 6-10-2014) foi aprovado o processo de Classificação do Edifício Principal, integrando-o no Conjunto de Interesse Público já existente, do Balneário D. Maria II e do Pavilhão de Segurança, com todo o recinto incluído na Zona Especial de Proteção, mas com características por definir… A Classificação é uma importante vitória do movimento contra os projetos imobiliários, que só iriam desertificar mais a zona.

A Cultura Portuguesa está perante uma oportunidade que não deve desperdiçar. Com efeito, a única e digna reutilização possível para todo o Edifício Principal, só poderá ser a ampliação do Museu, por manter a identidade histórica do imóvel e a preservação dos notáveis interiores.

Este património continua em risco. Assim, a totalidade do acervo e do arquivo deve regressar ao Hospital, e o Museu deve ser desenvolvido e ampliado a curto prazo, sem esperar por novos e dispendiosos projetos arquitectónicos e discussões durante anos sobre a Colina de Santana… enquanto se degrada ou se vandaliza o património. Seguindo, aliás, a específica Recomendação da Assembleia da República ao Governo sobre o Hospital Miguel Bombarda, aprovada por unanimidade, que indica a valorização “dos elementos artísticos, documentais, clínicos e o mobiliário” e a serem mantidos no Hospital(Resolução nº 99/2011 de 6 de Abril, DR, 2-5-2011).

Será um Museu de Arte e Ciência, de Arte de Doentes e Arte Outsider, de Ciências da Mente e do Cérebro, de História, Sociologia, e outras, com Centro de Investigação, museu de sítio e identitário e um dos mais representativos do género a nível internacional, instalado no Edifício Principal e, pelo menos, nos pequenos Pavilhão de Segurança, Balneário D. Maria II e Laboratório. E com nome do mais prestigiado médico-cientista do país na sua época, que fundou no Hospital um dos primeiros Museus de Arte de Doentes da Europa, e o dirigente máximo da revolução republicana.

Este Museu inovador e singular, com o passado a servir a ciência do futuro, não pode ser rejeitado, por ignorância ou miserabilismo, ou por despeito, como é frequente suceder no país. Ao exibir a criativa e fascinante Arte de Doentes de crescente popularidade (hoje sem local apropriado de exposição em Portugal), promoverá a saúde, elevando a auto estima, e desmistificando a perturbação mental, contra o estigma e a discriminação.

O Museu será autónomo de um futuro Museu no Hospital de S. José, dada a sua especificidade e segundo a tendência museológica internacional (anexo), dependente, em modelo a fixar, do Ministério da Saúde, através do INSA-Museu da Saúde, e da Secretaria de Estado da Cultura, em eventual parceria com o Município de Lisboa (que reutilizaria os edifícios em poste telefónico e em U para exposições), suportado por verbas do Casino e da União Europeia, a não perder, e de mecenato, e com apoio científico e financeiro de entidades da sociedade civil. A venda seria cancelada pela Estamo-Ministério das Finanças ou o Município permutaria o terreno, como tem efetuado.

O Museu ampliado será uma instituição dinâmica e próxima da auto-sustentabilidade financeira corrente, de turismo cultural, nacional e estrangeiro, primeiro na Península pelos seus conteúdos, revitalizador dessa zona histórica. E que será instalado a curto prazo, praticamente sem obras de vulto, mantendo a identidade dos interiores, desenvolvendo-se de modo faseado, e sem dispendiosas cenografias expositivas.

Solicitamos assim ao Governo e à Câmara Municipal de Lisboa que, não desper-diçando esta oportunidade e pelo superior interesse nacional, procedam ao desenvolvimento urgente do Museu Miguel Bombarda de Arte e Ciência, baseado nesta consistente proposta, um pequeno investimento em cultura, de imediato e elevado efeito económico multiplicador, e de enorme prestígio para o país.

As suas 3 componentes principais atingirão públicos alvo diferentes, atraindo portanto um elevado número de visitantes: 1ªEdifícios únicos no mundo (o extraordinário Pavilhão de Segurança, de 1892-1896, o elegante Balneário D. Maria II, de 1853, a ser restaurado, com o equipamento de hidroterapia original) só por si peças museológicas surpreendentes, e locais emblemáticos (gabinete onde foi assassinado Miguel Bombarda, Sala do Museu de 1898, Salão Nobre com azulejaria barroca, Igreja rocaille c.1738, e outros) todos de forte atração; 2ªNo Edifício Principal, acervo e exposições da exuberante arte de doentes e arte outsider, tanto da coleção do hospital (pintura, azulejos, escultura, poesia e prosa) como das dezenas de ateliês existentes no país, de inéditos artistas outsider, e de intercâmbio internacional, de assinalável e crescente adesão; 3ªNo Edifício Principal, acervo e exposições sobre saúde mental, história da ciência e do Hospital, além da catalogação e acondicionamento do acervo e do riquíssimo Arquivo (talvez o mais completo do país), estes ocupando dois pisos.

Existirão ainda dois núcleos museológicos, um dedicado à Congregação da Missão de S. Vicente de Paulo, que erigiu o edifício principal, e outro dedicado à implantação da República, que incluirá o gabinete do Prof. Bombarda e a sala contígua. Funcionará o Centro de Investigação, compreendendo Biblioteca e o Arquivo. Imprescindível será uma Galeria, para venda permanente de obras de artistas outsider, também fonte de receita, um Atelier e Centro de Apoio de materiais de arte para autores outsider, a realização de conferências e workshops, e um serviço educativo com percursos guiados. Foi já elabo-rado um primeiro plano de reutilização do Edifício Principal, um layout das áreas destinadas às diversas funcionalidades.

Maria Luísa Figueira, Presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental

Victor Oliveira, Presidente da Sociedade Portuguesa de Neurologia

João Azevedo e Silva, Presidente da Sociedade Portuguesa de Arte Terapia

Vítor Albuquerque Freire, Presidente da Associação Portuguesa de Arte Outsider

Pe. Álvaro Cunha, Padre Provincial da Congregação da Missão de S. Vicente de Paulo

Movimento de Apoio ao Museu Miguel Bombarda (apoiobombarda@hotmail.com)

 

DOWNLOAD

Museu__Ab_Assinado_MOVIMENTO

A direcção do Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos, que era composta por três elementos (António Aires Gonçalves, Cristina Moisão e Maria do Sameiro Barroso) – e que tinha sido nomeada pelo Presidente da Ordem dos Médicos – foi alterada por demissão de um dos elementos.
A direcção atual, composta apenas por António Aires Gonçalves e Maria do Sameiro Barroso, manter-se-à em funções até aprovação do Regulamento do NHMOM e nomeação da nova Direcção (de acordo com o Regulamento que será divulgado oportunamente).

No dia 26 de Junho foi entregue uma Petição ao Secretário de Estado da Cultura para a urgente classificação dos edifícios do Hospital Miguel Bombarda (HMB). Paralelamente foi feito um apelo à urgente reparação pontual de telhados nesse mesmo Hospital Miguel Bombarda. Tal como a ROM noticiou nas suas edições de Abril e Maio de 2014 (reportagens relativas ao debate e à visita às instituições hospitalares da Colina de Santana), o HMB está em risco efectivo pelo que estas intervenções são fundamentais e urgentes.

O atraso na classificação do HMB, pedido entregue há 15 meses, bem como o desrespeito pelo Parecer dos técnicos especializados da DGPC são inaceitáveis e estão a ser amplamente denunciados junto da opinião pública.
O apelo para a rápida aprovação da classificação como conjunto de interesse público, de vários edifícios do antigo Hospital Miguel Bombarda, assumiu a forma de petição, assinada primordialmente por médicos e outros profissionais de saúde, que foi entregue no dia 26 de Junho ao Secretário de Estado da Cultura.
Depois das visitas ao Hospital Miguel Bombarda organizadas em Abril e Maio pelo Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos, em colaboração com outras entidades, como o Instituto de Estudos e Literatura e Tradição e a Secção de História da Medicina da SGL, no dia 25 de Junho Helena Roseta, presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, e a Comissão de Acompanhamento para a Colina de Santana, efetuaram uma nova visita ao Hospital Miguel Bombarda, na presença de dois elementos da Estamo, com o principal objetivo de observarem os locais onde se verificam infiltrações, rombos em tetos e degradação de madeiramentos, por total ausência de manutenção. As Entidades subscritoras da Classificação, juntamente com o Fórum Cidadania Lx e a Associação para a Valorização da Colina de Santana, solicitaram a intervenção do Sr. Presidente da Câmara Dr. António Costa para que se cumpra a Lei, e a Estamo proceda com urgência às reparações localizadas em telhados e tetos do H M Bombarda.
Pela urgente reparação pontual de telhados do Hospital Miguel Bombarda
Os edifícios do Hospital Miguel Bombarda constituem um Conjunto de excecional valor patrimonial, histórico e arquitetónico-artístico, único em Portugal e muito raro em termos internacionais. São um precioso testemunho histórico, de uma quinta e cerca hoje no centro da capital, posteriormente da Congregação da Missão de S. Vicente de Paulo, que após a expulsão dos Jesuítas assegurou a presença religiosa e da língua portuguesa na Ásia, e ainda do primeiro Hospital Psiquiátrico do país, com o seu íntegro arquivo e o seu acervo de arte de doentes, memória da evolução e inovação científicas, das principais figuras da psiquiatria e de dezenas de milhar de doentes, desde 1848. A maioria são edifícios hospitalares de raiz, de uma notável originalidade e vanguardismo, alguns até únicos no mundo, e cuja diversidade de formas adequadas à função para que foram concebidos, mais reforça o carácter orgânico de todo o Conjunto. O Hospital Miguel Bombarda é um património inestimável da cultura nacional e europeia, uma extraordinária riqueza para o futuro, cuja salvaguarda prestigiará sobremaneira o país.
No entanto, tal como se constatou em visitas de grupo ao Museu do Hospital e outros edifícios, como as promovidas pelo Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos, em Abril, a Estamo, empresa de capitais públicos atual proprietária, não está a proceder à simples manutenção pontual de telhados dos edifícios, que se encontravam em bom estado de conservação imediatamente antes do encerramento do Hospital em Fevereiro de 2011, provocando infiltrações de água em diversos locais, que têm originado rombos e queda parcial de tetos em gesso e degradação de pavimentos em madeira.
Esta grave situação verifica-se sobretudo em imóveis não classificados, cuja não destruição ou degradação deve ser garantida pela Câmara Municipal, dos quais referimos a título de exemplo, no edifício conventual (1720-1760), que resistiu incólume ao terramoto de 1755, infiltrações e queda parcial de tectos na 8ª e na 3ª enfermarias no corpo norte, assim como no belo tecto arte déco da autoria do Arq. Carlos Ramos, no salão nobre com azulejaria barroca ou as
infiltrações em claraboia, no mesmo edifício, que provocam inundações no gabinete onde o Prof. Miguel Bombarda foi assassinado, principal testemunho material da Revolução Republicana. Não querem as entidades promotoras do abaixo assinado acreditar que se pretenda provocar a destruição dos interiores desses edifícios (para os quais está pendente na DGPC proposta de classificação) com o intuito de forçar a aprovação de demolições e dos projectos de loteamento com nova construção em altura, um atentado a esse património inestimável da cultura portuguesa e europeia.
O Balneário D. Maria II constitui um caso diverso, pois além de estar classificado desde 2010, já apresentava problemas de estabilidade quando a Estamo tomou posse do Hospital, devendo ser objeto de obras de restauro em consonância com a DGPC, tal como proposto recentemente pelo Fórum Cidadania Lx. Estes são alguns dos argumentos apresentados pelas entidades signatárias ao solicitar a António Costa, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que esta instituição intervenha para que a Estamo proceda com urgência à reparação pontual de telhados e dos tectos danificados, já referidos, e eventualmente de outros que uma inspeção camarária identifique.
Mais informações ou colaboração na recolha de assinaturas para a petição podem ser obtidas através da Associação Arte Outsider (aparteoutsider@hotmail.com)

Debate cívico: Colina de Santana: existem alternativas

Realizou-se no dia 29 de Março de 2014 na Sociedade de Geografia de Lisboa o debate cívico Colina de Santana – existem alternativas, organizado pelo Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos, ICOMOS Portugal, ICOM Portugal e pela Secção de História da Medicina da Sociedade de Geografia de Lisboa.
As intervenções de José Aguiar, do ICOMOS Portugal e da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, Maria João Torres, do ICOMOS Portugal, Maria Ramalho, do ICOMOS Portugal e Vítor Serrão, Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Coordenador do Instituto de História de Arte, podem ser consultadas em www.icomos.pt

Vítor Freire – INTERVENÇÃO NO DEBATE CÍVICO
Felicitamos as entidades organizadoras deste evento, e agradecemos o convite.
Gostaria de assinalar estarmos reunidos na mesma belíssima sala da Sociedade de Geografia, onde se realizaram em 1906 as sessões plenáriasdo do XV Congresso Internacional de Medicina, um grande acontecimento ciêntífico, cujo principal organizador foi o Prof. Miguel Bombarda.
Apesar de algumas vitórias alcançadas, o património da Colina de Santana e dos seus Hospitais continua em risco.
As recomendações da Assembleia Municipal, embora em vários aspectos positivas, só conseguiram suspender os Projetos de Loteamento, que aguardam talvez melhor oportunidade.
O Hospital Miguel Bombarda será o de maior risco, dos hospitais da Colina. Não integrou o Centro Hospitalar Central, está encerrado há três anos, e integra imóveis de enorme valor com proposta de Classificação ainda pendente.
Chamamos à atenção, que desde há uns meses, o recinto do Hospital apresenta aspecto desolador, com sujidade e desalinho no Balneário, arruamentos e espaços verdes.
Primeira instituição psiquiátrica do país, fundada em 1848, o Hospital Miguel Bombarda é um testemunho único da História da Psiquiatria e da Assistência aos Doentes Mentais, reflectindo todas as suas fases evolutivas, em termos de tendências e de inovações médico-científicas, culturais e sociais.
Essa evolução é documentada por um arquivo integral e multifacetado desde 1848, com dezenas de milhar de processos, clínicos, administrativos e forenses, por doente, de correspondência, de pessoal, mais de 5000 fotografias, 1100 das quais de doentes, desde o século XIX, etc, e por um precioso acervo de arte de doentes, de todas as décadas do século XX, com mais de 5000 exemplares, ambos sem paralelo em Portugal e de importância europeia.
O Hospital forma um extraordinário Conjunto Patrimonial, de imóveis de diversificadas tipologias e de excepcional valor arquitectónico e histórico, ímpar no país, e até a nível mundial, organicamente complementares, a maioria construídos de raiz, funcionalmente inovadores para a época, segundo filosofias assistenciais específicas e avançadas, além de representar a memória da quinta, do convento e do hospital, no centro de Lisboa.
O Hospital Miguel Bombarda é um património único da cultura portuguesa e muito raro a nível internacional, íntegro nas suas diversas componentes: histórica, arquitectónica, arquivística e de arte de doentes.
Somente o Balneário e o Pavilhão de Segurança, estão classificados desde 2010, como Conjunto de Interesse Público.
Assim foi apresentada em Março de 2013 a Proposta de alargamento desse Conjunto Patrimonial, com a Classificação de outros imóveis do Hospital, com Memória Justificativa irrefutável em 3 volumes, pelas Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saude Mental, Sociedade Portuguesa de Neurologia, Sociedade Portuguesa de Arte Terapia, Associação Portuguesa de Arte Outsider, pela Cogregação da Missão de S. Vicente de Paulo, por dois dos mais importantes historiadores de arte do país, com declarações de apoio, Prof. Raquel Henriques da Silva e Prof. Vítor Serrão,
Em Julho a Proposta foi também subscrita por Sarah Lombardi, diretora do famoso Museu de Art Brut de Lausanne, Suiça, o melhor e maior do mundo nesta categoria de arte, e de Thomas Roeske, diretor do Museu Prinzhorn, de Heidelberg, e presidente da European Outsider Art Association.
Esta Proposta de Classificação tem sido quase ignorada nos debates e intervenções sobre a Colina de Santana
O Sector Técnico da Direção Geral do Património Cultural emitiu em Julho/Agosto parecer favorável à classificação de todo o Conjunto proposto. Aguarda-se posição definitiva do Conselho Consultivo e decisão da Direção-Geral e da Secretaria de Estado da Cultura.

Quanto ao Museu do Hospital Miguel Bombarda
Fundado em 2004, foi visitado por mais de 25000 pessoas, a maioria estrangeiros, apesar de pouco divulgado, e é membro da Associação Europeia dos Museus de História das Ciências Médicas e da Associação Portuguesa de Museologia. Exibe uma pequena parte do acervo do Hospital.
A manutenção e desenvolvimento do Museu foram recomendadas ao Governo pela Resolução nº 99/2011 da Assembleia da República e recentemente, a 25 de Março, pela Assembleia Municipal de Lisboa.
Não queremos tudo, queremos uma dimensão auto sustentável
A nossa proposta mínima, (das entidades subscritoras da Classificação apresentada em Março de 2013) é a existente desde 2010, apoiada então por prestigiadas personalidades da cultura e ciência, de alargamento e desenvolvimento a breve trecho do Museu Miguel Bombarda para o Edifício Principal, além do Balneário e do Pavilhão de Segurança, de um Museu de Psiquiatria  e de Arte de Doentes e Outsider, “in situ”, dinâmico, de turismo cultural, e revitalizador da zona, englobando todo o acervo e os arquivos, com centro de investigação científica, e expondo arte de doentes dos mais de 60 ateliês do país e com intercâmbio internacional. Um museu que constituirá uma destacada mais-valia para a imagem de Portugal no mundo científico e cultural.
Portanto, a Cultura e a Arte para revitalizar a Colina. Será um Museu separado ou autónomo do Museu Geral, preferencialmente no Hospital de S. José, em moldes a definir, com vantagem maior que a soma das partes, sob a égide e apoio do Museu da Saúde (INSA) do Ministério da Saúde.
A reutilização ideal do Complexo do Hoospital Miguel Bombarda seria a criação de um Pólo Cultural, já proposto superiormente, onde, além do Museu, os amplos Edifícios das Enfermarias seriam dedicados a exposições de artes plásticas promovidas pelo Município, que permutaria os terrenos com a Estamo.
Mas outras soluções serão possíveis, incluindo outros parfceiros e entidades, e se mantivermos um diálogo franco, em prol da Cultura portuguesa.
Devemos salientar a recomendação e tendência museológica internacional dos últimos 15 anos, para a fundação de Museus autónomos de Psiquiatria com componente de Arte Outsider, devido à sua especificidade, e com o objectivo (além da educação e fruição) de promover a saúde, ao combater o estigma da doença mental através da informação junto do grande público, e de elevar a auto estima dos doentes.
Salientemos alguns Museus de Psiquiatria recentes:
Museu Ovartaci, Risskov, Dinamarca
Museu Dr. Guislain, Bélgica
Museu Nacional de Psiquiatria, de 2005, Haarlem, Holanda
Museu Laboratório da Mente, de 2008, Roma (prémio do ICOM para melhor museu de Itália 2010)
Museu de Psiquiatria San Servolo, de 2006, Veneza
Museu de Saúde Mental, de 2013, Salem, Estado de Oregon, USA
Museu de Psiquiatria de Wakefield, de 2014, Reino Unido

De salientar alguns imóveis do Hospital:
1.Edifício Principal
Imóvel erguido desde 1720 (na então adquirida Quinta de Rilhafoles) para Casa-Mãe da Congregação da Missão, com uma tipologia sui generis, concebida para as actividades religiosas segundo o ideário de S. Vicente de Paulo, austero, com vasta área destinada aos residentes dos retiros e aos alunos dos seminários, em detrimento da dimensão da Igreja ou da existência de claustros.
Das raras instituições religiosas de Lisboa a resistir incólume ao terramoto de 1755, conserva a quase totalidade das instalações originais, tal como demonstram as plantas de 1835, agora descobertas.
A Congregação da Missão, de S. Vicente de Paulo, contribuiu significativamente para a modernização da Igreja em Portugal, e os seus missionários, saídos de Rilhafoles, substituíram os Jesuítas após 1759, dirigindo as escolas e os seminário em Goa, Macau, e Pequim, garantindo a continuidade do ensino do português e do cristianismo na Ásia. Integra actualmente a Família Vicentina, muito activa no país.
No Edifício Principal destacam-se:
Igreja – em estilo rocaille inicial, de sóbria decoração vegetalista, extremamente singular na arquitectura religiosa em Portugal.  mantém a quase totalidade da feição original,
Celeiro e Adega – no lado nascente do edifício, com imponentes arcadas de volta inteira em lioz, e colunas de secção quadrangular
Salão Nobre com azulejaria barroca do século XVIII, inclui painel com cena contínua de 14 metros de extensão
Escadaria em ferro da entrada principal, do Arq. J. M. Nepomuceno
Gabinete onde o Prof. Miguel Bombarda foi assassinado em 3 de Outubro de 1910, por um doente monárquico – o principal testemunho material da Revolução Republicana existente em Portugal, conserva a feição da época, e o retrato do duque de Saldanha com a marca de uma das balas, e lápide.
Sala das Arcadas
Sala do Museu de Arte de Doentes e dos Cursos de Psiquiatria – de 1898, dos primeiros museus do mundo dedicadas à Arte dos Doentes Mentais e Neurológicos, fundado pelo Prof. Miguel Bombarda c.1894, um local de enorme importância histórico-cultural, em termos internacionais. Note-se que só em 1900 se realizou em Londres a primeira exposição de arte de doentes com perturbação psíquica.
…………..
O Pavilhão de Segurança, de 1896, destinado a doentes presos transferidos da penitenciária, da autoria do arquiteto José Maria Nepomuceno, é um belíssimo edifício vanguardista e revolucionário, sem paralelo internacional, que antecede em mais de 30 anos o design e a arquitectura modernista dos anos de 1920-1930, pela nova linguagem de arredondamentos de arestas em bancos e portas, para evitar contusões, e em todo o exterior do Corpo Circular. De referir ainda ser um dos sete edifícios panópticos existentes no mundo, e o único com pátio a descoberto, para os doentes se manterem fora dos quartos durante o dia.
Em 2005-2007, foi meticulosamente restaurado

O Balneário D. Maria II, de 1853, elegante e ao gosto romântico dos utentes da cidade, destinado a banhos terapêuticos para doentes externos e internados, é considerado o melhor da Europa do seu tempo e conserva o equipamento original.
– elegância da arcada com azulejaria de fachada
– Uma das 12  banheiras em pedra lioz, esta para banhos de onda
– Piscina e uma das 2 cabines de duche lateral e vertical
– Tubagem de cobre de cabine
– Banco de cabine
– Tina de mármore para banhos semi-cúpios

2. O Edifício de Enfermarias em poste telefónico (de 1885-1894), é da autoria de José Maria Nepomuceno, o arquitecto do Pavilhão de Segurança.
A investigação revelou que é o primeiro edifício do mundo com racional implantação em poste telefónico (facilitando a circulação de pessoas e materiais), antecedendo o edifício de Fresnes, Paris, de 1898.
Além desta característica revolucionária, e de esteticamente ser um edifício pré modernista, sem decorativismos, segue os celebrados princípios básicos do hospital psiquiátrico ideal, estabelecidos por Esquirol cerca de 1828: de um só piso, proporcionando segurança ao evitar suicídios, e debruçado sobre espaços ajardinados para passeio.
Constitui assim um marco na história da arquitectura psiquiátrica de enfermarias não asilares, pela sua perfeita adequação assistencial.
3. O Edifício de Enfermarias em U (1900-1901), também apresenta notáveis características inovadoras para a época.
Estabelece uma separação clara dos arejados dormitórios, ventilados com chaminés, nas astes do U, face aos espaços de apoio na base do U. Altera assim a disposição tipo Nightingale, possibilitando a vigilância a partir de um dos extremos dos dormitórios. O pavimento é constituído por lajes e vigamentos em betão armado, uma solução construtiva precoce a nível internacional.
4. Telheiro para o Passeio dos Doentes (1894-1895), em madeira, ferro e telha, da autoria do arquitecto J. M. Nepomuceno, é uma construção única no país e rara internacionalmente, de grande dimensão mas elegante e bem integrado na envolvente, representando a humanização proporcionada pelo passeio diário dos doentes nos jardins, ao ar livre.
5. Cozinha (1906), com cobertura piramidal para extracção de fumos, constituída por sofisticada estrutura de 33 esticadores e 33 amarrações, ajustáveis, suportando as cargas, e conferindo estabilidade, quer à cobertura, quer às paredes exteriores mestras.
6. Poço e Tanque da Quinta de Rilhafoles, exemplar muito raro de equipamento de uma quinta, hoje no centro da cidade, utilizados sucessivamente, ao longo dos séculos, nos trabalhos agrícolas da quinta, do convento e do hospital.

Colina de Santana – opinião recebida em Debater Lisboa

Parecer do Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos

10-02-2014

Em defesa do património assistencial, cultural, histórico, simbólico e urbano da Colina de Santana e dos Hospitais Civis de Lisboa
Parecer enviado Cristina Moisão, pelo Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos

INTRODUÇÃO
Entende o Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos que na Colina de Santana seja mantida uma matriz relacionada com o bem comum da população de Lisboa e com a histórica ligação à Saúde que esta área tem tido ao longo dos últimos séculos. Para o cumprimento desses objectivos importa compreender o espaço urbano num contexto multidisciplinar, nomeadamente
1.Apoio à população residente no centro histórico de Lisboa nos cuidados de saúde, com a manutenção de uma unidade assistencial hospitalar de proximidade e integrada, com uma unidade de Cuidados Continuados, em estreita conexão com os Cuidados Primários de Saúde.
2.Manutenção de um pólo de estudo das Ciências da Saúde, aproveitando sinergias entre a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, o Instituto de Medicina Legal e as unidades assistenciais de saúde – Cuidados Primários, Unidade Assistencial Hospitalar e Unidade de Cuidados Continuados. Estas estruturas beneficiariam certamente com a instalação, na proximidade, de um núcleo empresarial de investigação em Ciências da Saúde. Seriam também complementares a um futuro hospital universitário da Universidade Nova/ Faculdade de Ciências Médicas, planeado para a zona oriental de Lisboa.
3.Manutenção e desenvolvimento do núcleo habitacional e comercial desta área geográfica da cidade, numa ambição de contrariar o êxodo da população para as zonas periféricas, devido em grande parte à carestia dos valores imobiliários e à carência de estruturas de apoio comercial e social, imprescindíveis à habitabilidade do centro histórico da cidade de Lisboa. O rejuvenescimento habitacional e comercial, com estruturas de serviços (creches, escolas, museus, bibliotecas, jardins, e outras áreas públicas) não pode criar guetos sociais, nem condomínios com ou sem muros, nem destruir as características e personalidade desta zona histórica da cidade.
4.Preservação do património histórico relacionado com a Saúde, criando com esse objectivo um Núcleo Museológico com um forte programa de actividades educativas para a saúde, dirigido especialmente à população jovem e estruturas que ofereçam capacidade de executar investigação histórica com meios técnicos e instalações adequadas, desenvolvendo um polo educacional, patrimonial e turístico ligado à saúde, em convergência com os objectivos do Plano Estratégico Nacional do Turismo. A criação de uma Biblioteca e Arquivo Histórico da Saúde é também uma necessidade há muito sentida, existindo agora uma excelente oportunidade e locais para a sua instalação.

ESTADO ACTUAL DO PATRIMÓNIO
Após a explanação dos objectivos gerais supra-citados, compete ao Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos debruçar-se com particular atenção sobre o tratamento do património conectado com a evolução histórica das ciências da saúde. Verifica-se a existência, por um lado, de um elevado valor patrimonial dos imóveis sitos na Colina de Santana, e por outro lado, um não menos desprezível valor de bens móveis relacionados com a saúde.
É assim essencial a preservação, estudo e disponibilização para uso público deste património, como também é indispensável preservar a herança assistencial, técnico-científica e simbólica da Escola do Hospitais Civis de Lisboa, herdeira e representante da História da Medicina Portuguesa, desde os seus primórdios.
1.Bens Imóveis classificados: Edifício Principal do Hospital de São José (Imóvel de Interesse Público); Capela do Hospital de São José (Monumento Nacional); antiga Igreja do Convento de Santa Marta (Imóvel de Interesse Público); Igreja do Convento dos Capuchos, boca da cisterna e todas as dependências decoradas com azulejos incluindo claustro e escadaria nobre (Imóvel de Interesse Público); Balneário D. Maria II e Pavilhão de Segurança do Hospital Miguel Bombarda (Conjunto de Interesse Público); Campo Mártires da Pátria incluindo suas vizinhanças de interesse histórico, artístico ou pitoresco (Imóvel de Interesse Público). Estes imóveis encontram-se ainda numa área geográfica urbana contendo outros locais inventariados na Carta Municipal do Património.
2.Bens móveis: o património histórico móvel da saúde encontra-se disperso por diversas instituições, geralmente em instalações deterioradas e diminutas, com escasso apoio técnico para proceder a inventariação e salvaguarda, com deficiente exposição pública e uma quase nula exploração turística. Na realidade, o acervo patrimonial encontra-se disponível ao público apenas em pequenas mostras temáticas e temporárias ou algumas visitas guiadas ocasionais, impedindo o acesso público generalizado a nacionais e estrangeiros e carecendo de uma divulgação turística adequada

PROPOSTA DO NÚCLEO DE HISTÓRIA DA MEDICINA DA ORDEM DOS MÉDICOS
Entende o Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos que, num momento em que se discute o destino futuro da Colina de Santana, com propostas de alienação dos edifícios hospitalares e de encerramento de unidades de saúde plenas de património móvel a preservar, se deverá formular uma proposta de preservação desse património, com o objectivo de o tornar patente ao público e de constituir uma mais-valia turística para a cidade de Lisboa.
A existência actual do Museu do Ministério da Saúde (“Museu da Saúde” com o pólo de Lisboa nas instalações do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, de Malariologia no CEVDI de Águas de Moura e já com projecto de renovação no Porto), do Museu Sá Penella (sito no Hospital dos Capuchos), Museu do Hospital Miguel Bombarda, Museu Mac Bride (Hospital de Santa Marta) e de acervo variado distribuído pelos vários hospitais da Grande Lisboa, não vai de encontro à exposição pública que o riquíssimo espólio merece. Este património, que se encontra na totalidade sob a tutela do Ministério da Saúde, é público e público deverá permanecer.

Assim sendo, seria desejável a instalação, num dos edifícios da Colina de Santana e aproveitando o riquíssimo património imobiliário existente, de um verdadeiro Museu da Saúde com instalações suficientemente amplas e recursos humanos capacitados, que permitissem a inventariação, catalogação, restauro e permanente exposição pública do património móvel, assim como o apoio a actividades de investigação histórica. A existência de um Museu da Saúde com estas características iria de encontro à oferta pública de um bem público, num espaço público, podendo tornar-se em mais um dos motores de desenvolvimento educacional e científico e certamente de crescimento da oferta turística da cidade, onde a História da Medicina e da Saúde Portuguesas estivessem condignamente representadas.

Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos
Lisboa, 10 de Fevereiro de 2014

Está a decorrer até Outubro o prazo para sugestões e reclamações no que diz respeito aos projectos de loteamento dos Hospitais de São José, Santa Marta, Capuchos e Miguel Bombarda.

As instituições ligadas à Saúde dispersas pela Colina de Santana, em Lisboa, onde se formaram e trabalharam muitas gerações de médicos, foram um verdadeiro núcleo do qual emanaram milhares de profissionais da Saúde para as “sete partidas do Mundo”. Tiveram a maior importância no progresso da Medicina em Portugal e, ao longo de seis séculos, recolheram um acervo cientifico e artístico único no nosso país. Há assim, razões de natureza histórica, artística e social para preservar a sua memória.
Vão, porém, paulatinamente, ser extintos, e os apetecíveis terrenos que lhes pertencem estão em processo de loteamento conforme o Aviso 83/2013 da Camara Municipal de Lisboa, referente aos Hospitais de São José, Santa Marta, Capuchos e Miguel Bombarda.
Para apresentação de observações, reclamações e sugestões foi, pela Câmara, dado o curto período até dia 31 de Julho.
A sociedade civil está a organizar-se, havendo duas correntes distintas: a daqueles que recusam globalmente o projecto e o dos que, pensando que não têm “força física” para uma acção de tal envergadura, propõem que se respeite a “memória médica” deste conjunto de instituições, salvaguardando espaços (museus, bibliotecas, etc.) que possam lembrar aos vindouros o significado deste raro complexo urbano.
Estão constituídos grupos ou associações de arquitectos, professores universitários, historiadores de Arte, administradores hospitalares, museólogos, médicos (estes a titulo individual) etc. que se propõem evitar a descaracterização absoluta daqueles edifícios hospitalares, numa tentativa de evitar este assalto ao nosso património cultural.
Anexamos a proposta de Luiz Damas Mora, presidente da Comissão do Património Cultural, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Hospital Santo António dos Capuchos, de reclamação junto da Câmara Municipal de Lisboa, podendo qualquer pessoa que com ela concorde, assinar e remeter dentro do prazo.

 

DOWNLOAD

Propostas_de_reclamacao

Curso de História da medicina – Abril e Maio/2013

Coordenação: António Aires Gonçalves

Iniciativa em colaboração com o Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos e a secção de História da Medicina da Sociedade de Geografia de Lisboa.

Destinatários: Todos os profissionais do CHLO | Local: Hospital de S.Francisco Xavier, Edifício 1, Piso 5,  Sala Atlântico

Dia da semana: 4ª feira | Horário: Das 15h às 16.30h
Para efetuar a sua inscrição basta ligar para o Núcleo de Formação do HSFX (nº  21 0431028/6  – ext. 1028/1026) indicando a/as sessão/sessões a que pretende assistir.
Nota: a inscrição de interessados, não ligados do CHLO, está sujeita à disponibilidade de vagas a confirmar posterioremnte pelo Núcleo de Formação HSFX.

Anexamos o programa completo.

 

DOWNLOAD

Hist_Medicina

Exposição de fotografia do médico Jorge Marçal da Silva (1878-1929) na OM em Lisboa, dia 20 de Fevereiro de 2013 – “PORTUGAL HÁ CEM ANOS. REALIDADES, VIDAS, COSTUMES. LUZES E SOMBRAS”.

Tópicos da exposição:
– Jorge Marçal da Silva. A família, a medicina e cirurgia, a fotografia
– imagens de Portugal há cem anos. A terra, o mar. Paisagens: rural, fluvial, urbana, marítima
– ofícios e tarefas
– feiras e mercados
– crianças e velhos

No mesmo dia, no auditório da OM, pelas 19h é lançado o livro “Casos Clínicos em Urologia” coordenado por Manuel Mendes Silva, neto de Jorge Marçal da Silva, e José Santos Dias. A OM, a editora Lidel e os coordenadores da edição, convidam todos os interessados, para o lançamento do livro bem como para a inauguração desta exposição de grande valor histórico.
Local: Ordem dos Médicos, Avenida Almirante Gago Coutinho, 151, Lisboa
Dia: 20 de Fevereiro de 2013, quarta feira, pelas 19,00h.

História da Faculdade de Medicina de Coimbra

Por ocasião do dia da Faculdade, em 26 de Outubro passado, foi inaugurada pelo actual Director, Joaquim Murta, uma exposição evocando os primórdios do ensino médico em Coimbra e simultaneamente a notável figura de António Augusto da Costa Simões (1819-1903). A exposição evocativa do início do ensino médico em Coimbra é constituída por um valioso conjunto de livros dos séculos XVI e XVII pertença do acervo histórico da Faculdade. Os exemplares expostos são edições das clássicas obras de Galeno, Avicena, Hipócrates, Eustáquio, André Vesálio e de J. Baptista Morgagni. A exposição está aberta ao público até ao final de 2013.

No tempo em que os Raio-X eram magia… No próximo dia 8 de Novembro comemoram-se os 117 anos da descoberta dos Raios X. A Área de Diagnóstico por Imagem do CHLC assinala o dia da Radiologia com uma exposição nos Claustros do CHLC-HSJ. A exposição estará patente ao público entre os dias 2 e 12 Novembro de 2012.

Divulgamos em anexo o programa das III Jornadas Portuguesas de Paleopatologia que terão lugar nos dias 2 e 3 de Novembro de 2012 no Anfiteatro 1 (1.º andar) do Edifício S. Bento (Antigo Instituto de Antropologia que actualmente pertence ao Departamento de Ciências da Vida), situado na Rua do Arco da Traição, na Universidade de Coimbra.

 

DOWNLOAD

IIIJPP_programa_PRELIMINAR

«Omnia Sanctorum – Histórias da História do Hospital Real de Todos-os-Santos e seus sucessores» é uma obra colectiva, co-editada pela By the Book e pelo CHLC – Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE. A apresentação pública teve lugar no Salão Nobre da Academia das Ciências de Lisboa, no passado dia 3 de Julho. Trata-se de um livro com uma inegável importância bibliográfica no âmbito da história da medicina nacional. Muitas histórias se contam, muitos nomes que tiveram ligações directas a este Hospital deixam o seu testemunho. O livro inclui, além de um manancial iconográfico inédito, textos de Luís Cunha Ribeiro, Teresa Sustelo (introdução), Adriano Moreira (prefácio), Jorge Penedo, Madalena Esperança Pina, Ana Cristina Leite, António Matoso, Augusto Martins, Luiz Damas Mora, Teresa Neto, Lídia Gama, Fernando Correia, João Estrada, Dinis da Fonseca, Rita Barata Moura, Francisco George, Rita Barata Moura, António Matoso, Fernando Nolasco, João Dória Nóbrega, Vasco reis, José Luís Doria, Maria Luísa Villarinho Pereira, José António Esperança Pina, José Míguel Caldas de Almeida, António Victor Azevedo e Silva, Maria Augusta Sousa, Carlos Alves Pereira, Ana Quininha e António José Barros Veloso.
A obra tem uma distribuição reduzida no mercado livreiro pois só está disponível em algumas livrarias de prestígio que são parceiros comerciais da editora By the Book. Por acordo com a Revista da OM, os médicos poderão adquirir a obra através do contacto directo com a editora com condições especiais (21 3610997 ou bythebook@sapo.pt) – reportagem alargada sobre a apresentação deste livro na edição com capa de Outubro da revista nacional da OM.

Homenagem ao Professor Doutor Leite de Vasconcellos – 150 anos

21 de Janeiro de 2009

Auditório da Ordem dos Médicos de Lisboa

Programa

18:00 h
Paulo Coelho
Director da Biblioteca Histórica da Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos
A Biblioteca Histórica

18:10 h
Victor Machado Borges
Presidente da Secção de História da Medicina da Sociedade de  Geografia de Lisboa
A Secção de História da Medicina da SGL e a edição do livro “Medicina  dos Lusitanos”

18:20 h

Maria José Leal
Os assomos da formação médica na obra de José Leite de Vasconcelllos

18:40h
Luís Raposo
Director do Museu Nacional de Arqueologia
Os médicos na direcção do MNA

19:00h
Barros Veloso
Apresentação da edição aumentada da obra “Medicina dos Lusitanos”  de José Leite de Vasconcellos, com Introdução de Maria do Sameiro  Barroso

19:20h
Maria do Sameiro Barroso
“Medicina dos Lusitanos”

19:40h
Debate

20:00h
Cocktail
21 de Janeiro de 2009

1ª sessão do Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos

Biblioteca Histórica da SRS da Ordem dos Médicos

20:30 h
Pedro Nunes
Bastonário da Ordem dos Médicos
Presidente de Honra do Núcleo de História da Medicina da OM

Apresentação do Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos

Descerramento da Placa de Homenagem ao Professor Doutor Rolando  Moisão

Irá realizar-se no próximo dia 31 de Julho, na Sociedade de Geografia, Secção de História de Medicina, uma conferência proferida pelo Prof. Timothy Walker do Departamento de História da Universidade de Massachusetts Dartmouth. Anexamos um resumo da apresentação que se subordinará ao tema: «Divulgação de fármacos e técnicas curativas da ìndia através do Império Marítimo português»

31 de Julho – 18 horas
Sociedade de Geografia de Lisboa – Secção de História da Medicina
Rua das Portas de Santo Antão, 100
1150-269 – Lisboa

Este trabalho abordará os métodos e o resultado da disseminação das substâncias medicinais e técnicas curativas originárias da Índia através da rede constituída pelos territórios ultramarinos Portugueses. Os agentes ultramarinos Portugueses (missionários, oficiais, comandantes navais e médicos licenciados pelo estado) levaram a cabo esta divulgação nos séculos dezassete e dezoito, quando a medicina indiana desempenhava um papel significativo nas instituições de saúde financiadas pelo estado nos territórios ultramarinos.
A apresentação dedicará particular atenção à análise das remessas de medicamentos enviados de Goa, a capital administrativa do Estado da Índia, para destinos tais como Macau, Timor, Moçambique, Brasil e Portugal Continental.
As autoridades dos territórios ultramarinos geralmente enviavam essas remessas para abastecer as instalações médicas oficiais dos territórios. Uma atenção especial será dedicada aos relatórios oficiais sobre os medicamentos indianos produzidos pelas autoridades médicas ultramarinas na Índia, a pedido do Conselho Ultramarino Português em Lisboa, o organismo real responsável pela administração do ultramar. Estes relatórios foram um importante canal de informação, não somente para os oficiais da Coroa na metrópole, mas também para os médicos oficiais noutras partes do império. Tais relatórios fornecem um referencial de avaliação do estado dos conhecimentos contemporâneos acerca de certas substâncias medicinais do sul da Ásia, e sobre quais as técnicas que se pensava serem eficazes. Demonstrarei que as preparações medicinais indianas e técnicas curativas se tornaram largamente conhecidas nos territórios sob administração portuguesa nos Oceanos Atlântico e Pacifico, longe das suas origens indígenas, e foram totalmente incorporadas no léxico da medicina tropical nos territórios Lusófonos.

 

Terá lugar no dia 26 de Junho, na Secção de História da Medicina da Sociedade de Geografia, uma conferência intitulada ‘«O Mestre» (1914), pintura de uma aula de Anatomia, por Carlos Bonvalot’ a qual será proferida por José Luís Doria.

Quando o Professor Henrique de Vilhena (1879-1958) reorganizou o Instituto de Anatomia da Faculdade de Medicina de Lisboa e fundou os Arquivos de Anatomia e Antropologia, reuniu à sua volta um grupo de colaboradores, fundamentalmente alunos de Medicina, mas também de Direito e Belas Artes, onde Vilhena também ensinava. Dos seus discípulos em Belas Artes destaca-se Carlos Bonvalot (1893-1934), que Henrique Vilhena encarregou da execução de ilustrações e desenhos anatómicos.

Ao deixar o Instituto de Anatomia, para depois estagiar em Paris e Roma, Bonvalot ofereceu ao Professor Vilhena o quadro que intitulou «O Mestre», uma aula de Anatomia onde além de Henrique de Vilhena se retratam Helena Calado, Pedro Roberto Chaves, Joaquim e Victor Fontes, António Augusto da Silva Martins, António Rita Martins e Barbosa Sueiro, de Medicina; Aurora Bermudes, Maria da Assunção Leoni Pereira e Luísa de Ornelas e Vasconcelos, alunas de Belas Artes; Pais Laranjeira, de Direito e o preparador do Instituto, Bernardo de Oliveira Morgado.

«O Mestre», datado de 1914, integrou a Exposição de Pintura da Sociedade de Belas Artes, em 1916 e está agora exposto na Faculdade de Ciências Médicas, de Lisboa /UNL. Pela sua temática, é uma obra única na pintura portuguesa.

Faz-se a história do quadro «O Mestre». Dão-se biografias resumidas do seu autor e dos retratados na pintura. Faz-se referência a outras gravuras e pinturas, da História da Medicina e da História da Arte, com a mesma temática.

Traços da Medicina na Azulejaria de Lisboa

Madalena Esperança Pina

A iconografia representa uma área da maior importância para a História da Medicina. A História da Arte encerra em si representações históricas, sociais e culturais fundamentais para a compreensão do Homem, do seu espaço e do seu tempo. Para a evolução deste, foi essencial a evolução da Ciência e a sua história encontra o seu espaço representativo na iconografia.

É neste contexto que surge a Medicina, largamente representada na Pintura, na Escultura e na Arquitectura e noutras manifestações artísticas, também presente na Azulejaria, espelho da identidade e da cultura portuguesas, que em Lisboa guarda um leque de representações que permitem uma viagem por aspectos da História da Medicina.

Conferência promovida pela Secção de História da Medicina da Sociedade de Geografia de Lisboa, que terá lugar no dia 17 de Abril de 2008, pelas 18.h30, na Sede da SGL

Rua das Portas de Santo Antão, 100 – LISBOA

Tel.: 21 3425401/5068 – Fax 21 3464553

Tratamentos assistências aos feridos e enfermos na conquista de Lisboa aos Mouros em 1147

Resumo: A conquista de Lisboa aos Mouros, em 1147, foi, na época, um verdadeiro empreendimento militar onde toda a capacidade bélica dos cristãos se levou ao extremo.

A par da componente armada e da estratégia que D. Afonso Henriques delineou, desenvolveu-se um conceito logístico para o apoio espiritual e assistencial para os enfermos e doentes que combatiam nas hostes cristãs, resultando, neste caso específico, da criação no terreno de dois cemitérios e de uma enfermaria de tendas de campo para os tratamentos necessários a prestar aos combatentes.

As informações que nos chegaram até ao presente provem das Crónicas dos Cruzados que participaram neste evento armado, havendo, sobre o tema, referências muito precisas quanto às causas dos ferimentos e dos óbitos, análise que investigamos e iremos apresentar.

Podemos considerar que as tendas de campo que serviram como enfermarias foram as primeiras, em território nacional, a terem um a função assistencial deste género, dando origem aos futuros hospitais de campanha.

Conferência promovida pela Secção de História da Medicina, que terá lugar no dia 27 de Março de 2008, pelas 18.h30, na Sede da SGL, proferida por A. Moutinho Borges e J. L. Dória

Rua das Portas de Santo Antão, 100 1150-269 LISBOA

Tel.: 21 3425401/5068 – Fax 21 3464553

Em anexo divulgamos o programa do Curso Diálogos com a Antiguidade, que se realiza
na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, no qual participa Maria do Sameiro Barroso com a conferência «Ser Médico na Grécia Antiga», no dia 20 de Maio.

 

DOWNLOAD

Curso_Dialogos_com_a_Antiguidade

O Serviço de Anestesiologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) inaugurou a exposição «A Anestesia nos séculos XIX e XX e os Hospitais da Universidade de Coimbra».
A exposição tem por objectivo divulgar a história da anestesia em Portugal e no mundo, dando a conhecer a rápida evolução na forma de prestar cuidados de saúde nesta área em geral e nos HUC em particular.
Associado a esta exposição está o lançamento de um Livro/Catálogo (que inclui simultaneamente a história da anestesia e o catálogo da exposição), com o mesmo nome, da autoria de José Martins Nunes, director do Serviço de Anestesiologia dos HUC, de Margarete Sousa Rocha, interna da especialidade e de António Mesquita, ex-director do Serviço de Anestesiologia, ambos do mesmo hospital.
Em paralelo a esta exposição e por forma a enriquecê-la, vai estar ainda patente uma mostra de fotografia contemporânea assinada pelos fotógrafos Francisco Feio e Inês d’Orey.

Exposição «A anestesia nos séculos XIX e XX e os Hospitais da Universidade de Coimbra»

Até dia 2 de Abril no hall dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

A exposição inclui mais de 100 peças e cerca de 30 Documentos Históricos, de onde se destacam duas peças únicas, provenientes do Museu Dragger (Alemanha) – um aparelho de Anestesia Roth Drager 240N de 1903 e o Dräger Modell F de 1948 e uma peça proveniente da colecção particular da Maquet – a primeira mesa de cirurgia produzida pela Maquet, assim como o Livro do Séc. XVI sobre Anestesia por Mandrágora, proveniente da Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra.

A Cesariana – Dos Primórdios ao Século XIX 28 de Fevereiro de 2008 – 18.h30 Uma conferência proferida por Maria do Sameiro Barroso Sede da Sociedade de Geografia de Lisboa Rua das Portas de Santo Antão, 100 1150-269 LISBOA Tel.: 21 3425401/5068 Fax 21 3464553 E-mail geral@socgeografialisboa.mail.pt

O Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa tem a honra de convidar V. Ex.ª e sua Exma. Família a assistirem à Conferência promovida pela Secção de História da Medicina, que terá lugar no dia 28 de Fevereiro de 2008, pelas 18.h30, na Sede da SGL, sob o seguinte tema: A Cesariana – Dos Primórdios ao Século XIX proferida por Maria do Sameiro Barroso.
Segundo alguns autores, a cesariana em mulheres mortas já era praticada, na Pré-História. O presente artigo segue as tentativas de resolver esta dramática cirurgia de
emergência, nas várias civilizações que a praticaram, nomeadamente, a indiana e a greco-romana. No século XVI recomeçaram as tentativas de realizar esta cirurgia em
mulheres vivas, com resultados quase sempre fatais para as parturientes. Apesar das tentativas de aperfeiçoamento da técnica, a primeira realização segura da operação, conseguindo preservar a vida da mãe e da criança, com toda a segurança, só foi possível, pela primeira vez (procedendo à amputação uterina, após a retirada do feto) pelo médico italiano Edoardo Porro, a 21 de Maio de 1876.

A Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa (FCS-UFP), com o objectivo de contribuir para o fomento do trabalho de pesquisa dos alunos da Universidade Fernando Pessoa (UFP), e para o desenvolvimento das ciências da saúde em Portugal, decidiu criar o Prémio da História da Medicina da Universidade Fernando Pessoa.

Este Prémio será atribuído anualmente e homenageará uma figura da História da Medicina em Portugal.

O júri deste prémio é constituído pelos seguintes elementos:

Magnífico Reitor da UFP;

Ex.mo Senhor Director da Faculdade de Ciências da Saúde da UFP;

Ex.mo Senhor Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas;

Ex.mo Senhor Presidente da Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos;

Ex.mo Senhor regente da cadeira de História da Medicina.

 

Relativamente aos prémios a atribuir são os seguintes:

*        1º Classificado – 2500€
*        2º Classificado – 1200€
*        3º Classificado – 500€

http://www.ufp.pt/

Maria do Sameiro Barroso, vai ministrar um curso sobre Medicina Antiga no Museu Nacional de Arqueologia, no âmbito do GAMNA – Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia: Medicina e História da Mulher na Antiguidade  (26 de Fevereiro e 5 de Março). Médica, poeta, germanista e escritora, vogal da Secção de História da Medicina da Sociedade de Geografia de Lisboa, tem realizado inúmeras comunicações científicas e publicado diversos trabalhos sobre a literatura germânica, nomeadamente sobre Schiller. Tem-se também dedicado à investigação na área da história da medicina e da história da mulher, tendo trabalhos premiados, nomeadamente o prémio de  Medicina, Barros Veloso, da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, com o trabalho,  “Médicas na Antiguidade Clássica – Um rosto reencontrado”, que lhe foi entregue a 27 de Maio de 2006.
Recentemente, em Novembro de 2006, realizou também no Museu Nacional de Arqueologia o curso Saúde e Medicina no Mundo Greco-Romano (conjuntamente com o Dr. Álvaro Figueiredo).