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Em carta dirigida à administração do Hospital do Barreiro os médicos internistas dessa instituição manifestaram a sua oposição a uma norma interna que os obriga a prestar cuidados em situações de ginecologia e obstetrícia. Os especialistas enquadram essa oposição no facto de tais funções não serem parte das competências específicas da Medicina Interna. O documento, assinado por 28 médicos, critica o procedimento definido pela Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho (que integra o Centro Hospitalar Barreiro Montijo), divulgado no passado dia 7 de julho. A norma aí plasmada determina que, na ausência de especialistas de ginecologia e obstetrícia, os internistas e cirurgiões gerais devem assegurar o acompanhamento de puérperas e doentes ginecológicas que estejam internadas ou que recorram às urgências da unidade. A Ordem dos Médicos (OM) também se opõe ao procedimento e expressa "profunda preocupação", considerando que tal norma revela desconhecimento sobre os limites técnicos das especialidades envolvidas e compromete a segurança dos cuidados prestados. O Bastonário, Carlos Cortes, considera a situação inaceitável, alertando para os riscos éticos e profissionais que acarreta, e exige que o procedimento seja revisto urgentemente. Por uma medicina de máxima qualidade, como merecem todos os utentes, a OM insiste que sejam respeitados os limites das várias áreas médicas e defende que apenas especialistas em Obstetrícia e Ginecologia devem prestar esses cuidados. A Ordem dos Médicos rejeita medidas improvisadas e apela a uma reorganização imediata dos serviços com reforço de recursos humanos e condições adequadas de uma prática clínica de qualidade. O Bastonário manifesta abertura para dialogar com as autoridades, reforçando o compromisso da Ordem com a segurança dos utentes e a dignidade dos médicos.

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