Na sessão sobre liderança médica, no decurso do 28º Congresso da Ordem dos Médicos, Miguel Castelo Branco abordou a liderança institucional e a gestão de equipas no contexto hospitalar. Durante a intervenção, alertou para a necessidade de combater o burnout, definindo-o como um dano moral causado por sistemas danificados. Defendeu ainda a importância de os médicos assumirem cargos técnicos, para estarem presentes nos centros de decisão relevantes. Foi sublinhado por este orador que o líder de uma equipa médica funciona como uma ponte entre a equipa e diferentes áreas e interesses nem sempre consonantes.
Maria do Céu Machado destacou que “quem participa é quem decide”, fazendo a apologia de que os médicos devem estar envolvidos nos grupos técnicos, reforçando que a liderança médica é fundamental por trazer a perspetiva do profissional com foco no doente, sem olhar apenas para os custos. A autonomia clínica e a qualidade dos cuidados, combinadas com a experiência prática, permitem aos médicos identificar lacunas entre decisões políticas abstratas e necessidades reais dos pacientes, aspetos que considera fundamentais. Durante a sessão, Maria do Céu Machado enfatizou também a importância de formar redes de médicos interessados em políticas públicas.
Na sua intervenção, Paula Alves defendeu que as capacidades de um bom líder podem ser ensinadas, exemplificando com competências como gerir conflitos, pensamento crítico, capacidade de priorizar, comunicação empática e escuta ativa.