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No Dia Mundial do Doente Ordem defende tempos padrão para as consultas

Para assinalar o Dia do Doente, a Ordem dos Médicos convidou duas associações, Europacolon Portugal (representada pelo seu presidente Vítor Neves) e Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (representada pelo ex-presidente Luís Gardete Correia e pela coordenadora do Núcleo Jovem, Alexandra Costa), para uma visita à Unidade de Saúde Familiar da Baixa, em Lisboa, uma das unidades de cuidados de saúde primários mais paradigmáticas quanto aos desafios da multiculturalidade: a população servida por esta USF inclui pessoas do Bangladesh, China, Índia, Paquistão, Moçambique, Angola, etc., uma diversidade que permite explicar facilmente que o tempo de duração de uma consulta tem que ser devidamente ponderado.

Consciente desse facto, neste Dia do Doente, a Ordem dos Médicos tornou público o documento elaborado pelos Colégios da Especialidade, de Competências e pelas secções de Subespecialidade, cujo principal objetivo é a definição de normas técnicas quanto aos tempos padrão para consulta, tendo em conta as especificidades de cada especialidade.

Nesta USF, sente-se muitas vezes a falta de tempo para os doentes, quando os especialistas de Medicina Geral e Familiar se veem obrigados a fazer tarefas não clínicas ou quando escolhem, diariamente, usar parte do seu tempo (prejudicando o seu descanso ou as respetivas famílias) para completar essas tarefas, para não “roubar” tempo à consulta e aos doentes. Miguel Guimarães, bastonário da OM, falou com alguns utentes desta USF e reuniu com a equipa de médicos, e também com os jornalistas presentes aos quais explicou que “a pressão que existe sobre a saúde em Portugal é muito grande. Quer os doentes, quer os médicos, muitas vezes, não têm o tempo que deviam ter para este contacto”. “Este documento pretende proteger a relação médico-doente, a qualidade da medicina, os direitos dos doentes e a qualidade de trabalho dos médicos”, sublinhou.

A OM, a Europacolon e a APDP defenderam nesta visita que o doente seja, de facto, o centro do sistema assim como a necessidade de tempo nas consultas para a educação dos doentes, única forma de os tornar parte integrante das decisões tomadas, o que é particularmente relevante na gestão do percurso dos doentes crónicos.

Consulte aqui o documento de Tempos padrão para consultas médicas