Autor: Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos
*este artigo foi publicado originalmente no jornal Correio da Manhã, edição de 14 de abril de 2022.
A Ordem dos Médicos reuniu esta semana com a ministra da Saúde com o espírito que sempre assumiu: abertura para o diálogo para ser parte da solução para os problemas que existem em todo o sistema de saúde.
A falta de diálogo foi marcante nos últimos 4 anos, com prejuízo para os doentes e para os médicos. Por isso, este recomeçar, com uma atitude diferente, é de saudar. Só assim podemos construir uma Saúde mais forte e equitativa, sem deixar ninguém para trás. Subscrevo as palavras da escritora austríaca Marie Ebner-Eschenbach que nos ensinou que “não devemos temer aqueles que discutem, mas sim aqueles que se esquivam”.
Nesse aspeto a reunião foi positiva. A Ordem reforçou a vontade de contribuir naquilo que são as matérias da sua competência. Agora é preciso ir mais longe. Falta um orçamento adequado para o setor, plurianual, tornando o SNS competitivo com o setor privado e com o resto da Europa. Mas tão importante como o orçamento é a valorização do trabalho, responsabilidade, conhecimento, competências e a motivação de quem faz todos os dias o SNS: os médicos e os profissionais de saúde.
Não há SNS sem capital humano. Essa deve ser uma prioridade da legislatura. Recomecemos com essa máxima.