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Rácio de médicos por 1000 habitantes em Portugal subiu 74% em 20 anos

Em 2019, Portugal contava com um rácio de 5,4 médicos por cada 1000 habitantes, ou seja, mais 2,3 médicos do que há 20 anos. Este valor representa um crescimento de 74,2%, como salienta o Instituto Nacional de Estatística (INE), na publicação “Estatísticas da Saúde 2019”, feita a propósito do Dia Mundial da Saúde, que hoje se assinala.

De acordo com o mesmo documento do INE, o crescimento do número de médicos em Portugal foi mais elevado do que na restante União Europeia a 27, com 3,6% ao ano entre 2014 e 2018, quando na UE se ficou pelos 1,4%. No total, a Ordem dos Médicos tinha 55.432 médicos inscritos em 2019, ano a que se refere o INE, sendo que o número já subiu para 57.976 no final de 2020.

“O trabalho do INE demonstra que Portugal não tem definitivamente problemas ou barreiras no que diz respeito à formação médica, pelo que é desonesto transformar este assunto em arma política. O numerus clausus definido pelo Ministério da Ciência e Ensino Superior triplicou nos últimos 20 anos. As vagas identificadas pela Ordem dos Médicos para a formação médica especializada, também têm sido constantemente superadas, como se vê pelos dados alcançados”, destaca o bastonário da Ordem dos Médicos.

“Infelizmente, este enorme esforço que fazemos para formar médicos de grande qualidade e humanismo – como é reconhecido a nível internacional – não tem sido devidamente aproveitado por Portugal, com o Serviço Nacional de Saúde a ter cada vez menos condições para se reinventar e para ser um espaço de trabalho cativante e onde as pessoas sintam que há um projeto profissional de longo prazo. É urgente rever as condições de trabalho e recuperar as carreiras médicas para aproveitarmos melhor o potencial dos médicos de excelência que formamos e que acabam por optar por trabalhar no setor privado, social ou estrangeiro”, reforça Miguel Guimarães.

O INE recorda que, do total de médicos inscritos em 2019, mais de 60% eram especialistas (33.775), ou seja, estavam habilitados a exercer, pelo menos, uma especialidade em Medicina. A Medicina Geral e Familiar, a Pediatria, a Medicina Interna e a Anestesiologia continuavam a ser as especialidades com um maior número de médicos especialistas.

Entre 1999 e 2019, o número de especialistas em Medicina Geral e Familiar aumentou 67% (em média, 2,7% ao ano) e o número de especialistas em Pediatria aumentou 69%.

 

Lisboa, 07 de abril de 2021