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Os alertas da Ordem dos Médicos perante o agravamento da pandemia

O agravamento da pandemia já está a causar de novo dificuldades acrescidas nos hospitais, comprometendo, por exemplo, a recuperação de consultas e cirurgias em atraso. Além disso, há cerca de 1500 médicos de família envolvidos na campanha vacinação e que, por opção política, não estão a realizar consultas nos cuidados de saúde primários, com os seus doentes de sempre.

O bastonário da Ordem dos Médicos, entrevistado pela Antena 1, disse que a situação é de crise, mas que, por agora, ainda não é de catástrofe, sublinhando que “não houve disrupção nos hospitais”. Ainda assim, as taxas de ocupação de internamentos por COVID-19, nos hospitais de Lisboa, “já estão perto do limite estabelecido nos atuais planos de contingência”. É expectável que o cenário da capital se venha a estender a outros pontos do país.

Miguel Guimarães insistiu na necessidade de reforçar o número de profissionais no Serviço Nacional de Saúde para fazer frente a uma situação que exige recuperação. “Qual foi o mês de 2001 a 2020 em que se produziram mais consultas presenciais, cirurgias, etc., do que no ano de 2019? Nenhum! Para recuperar não tenho de fazer o que fazia em 2019, tenho de fazer mais 20, 30%”, explicou.

“Enquanto os hospitais não estiverem libertos para fazerem a sua atividade completamente normal vamos ter sempre alguma dificuldade em evoluir” no processo de recuperação de consultas e cirurgias, asseverou o bastonário, adiantando que há 1500 médicos de família dedicados à vacinação, “que não estão a ver doentes”, considerando que não é possível continuar a sobrecarregar estes profissionais.

O líder da Ordem dos Médicos afirmou ainda que é preciso manter as regras básicas de saúde pública, bem como acelerar o processo de vacinação, para fazer frente a um processo já complicado e que se pode agravar ainda mais, até por causa das novas variantes do vírus que já obrigam a rever as metas para a chamada “imunidade de grupo”.

Só conseguiremos fazer face aos problemas sociais e económicos que atravessamos “quando resolvermos o problema da saúde”, considerou.

Ouça a entrevista aqui: