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Ordem solidária com os colegas do Centro Hospitalar do Algarve

 

Em visita ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, reuniu brevemente com a administração e, em seguida, com os colegas, tendo ouvido queixas transversais a todas as áreas, num clima de desmotivação, desgaste emocional e físico de profissionais que não querem abandonar os seus doentes mas que estão no limite.

Falta generalizada de especialistas, com carências graves nas escalas de urgência, faltas diárias de materiais básicos, mesmo de baixo custo (cateteres, tabuleiros, etc.), com consequências no atraso de cirurgias, por exemplo, serviços que só se mantêm abertos com um esforço hercúleo dos médicos especialistas que aí trabalham, falta de camas, atrasos inaceitáveis na contratação com recém-especialistas à espera há um ano ou mais por um contrato, problemas no transporte do doente crítico, recurso constante à contratação de médicos tarefeiros, pagos a um valor muito superior ao valor que é pago pelas horas extraordinárias dos médicos do quadro, falta de camas para internamento dos doentes urgentes, e um pré-aviso de que, a partir de janeiro, os chefes de equipa de Cirurgia Geral vão deixar de fazer urgência.

Foram oito especialistas, entre os mais diferenciados que asseguram as escalas de urgência no Hospital de Faro que enviaram uma carta à administração deste centro hospitalar. Com a antecedência de um mês esperam os médicos que o conselho de administração e a tutela tomem medidas e que possam ainda, em tempo, encontrar soluções que evitem maior degradação – ou rotura – dos cuidados prestados à população algarvia.

À saída das reuniões, Miguel Guimarães explicou aos jornalistas que, além de todos esses problemas, há também grandes dificuldades no serviço de esterilização, por falta de condições e de recursos humanos, recordando que essa é uma área essencial para o funcionamento de qualquer unidade de saúde. No Algarve falta muita coisa. Nomeadamente, uma nova unidade hospitalar, que foi referida como essencial e urgente. Consciente do sofrimento ético, que presenciou no encontro com os colegas, o bastonário transmitiu a sua total solidariedade, e da Ordem, para com estes especialistas e exigiu respeito por quem, todos os dias, dá o seu melhor num Serviço Nacional de Saúde com carências crescentes.