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Ordem apela a oferta de máscaras certificadas e outros EPI ao SNS

O surto pelo novo coronavírus, entretanto declarado pandemia pela Organização Mundial de Saúde, tem levado ao encerramento temporário de várias atividades profissionais. A decisão de declaração do estado de emergência, tomada esta semana, consolidou a necessidade de encerramento de vários estabelecimentos, desde consultórios de estomatologia e medicina dentária, condicionando também atividades em fábricas e oficinas ligadas à indústria automóvel, vidreira e de pinturas.

Nas atividades acima referidas, entre outras, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), como máscaras, viseiras e luvas, faz parte das boas práticas. Numa altura em que o Serviço Nacional de Saúde atravessa um momento crítico, com a pressão do combate ao COVID-19 a criar problemas de stock nos materiais mencionados, a Ordem dos Médicos apela à solidariedade de todos os que tenham na sua posse material certificado e que não o estão a usar, para que o possam oferecer e colocar à disposição de Portugal.

“Continuam a chegar-me todos os dias vários relatos de médicos que trabalham sem condições mínimas de segurança, por falta de equipamentos básicos para todos os profissionais de saúde, como máscaras ou luvas. A Ordem dos Médicos tem reiterado junto da tutela a importância de se distribuir massivamente este tipo de material e de se reforçarem os stocks em Portugal para proteção de todos”, afirma o bastonário da Ordem dos Médicos. “Se os profissionais de saúde não estão devidamente protegidos colocam em risco os doentes e colocam em risco a sua própria vida, podendo ficar doentes e afastados dos serviços quando mais precisarmos deles”, acrescenta Miguel Guimarães.

Adicionalmente, Miguel Guimarães refere que, hoje mesmo, pediu a intervenção da Ordem dos Médicos Dentistas junto dos seus associados, no sentido de os médicos dentistas poderem ceder ao SNS material de proteção que não estejam, nesta fase crítica, a utilizar.

O bastonário lembra que os bons exemplos de países com mais sucesso no combate à pandemia estão associados à disseminação do uso destes materiais, como em Macau, ou à decisão de fazer testes em larga escala a bolsas de população, permitindo detetar mais cedo os casos assintomáticos, como na Islândia.

A Ordem dos Médicos já questionou a Direção-Geral da Saúde no sentido de saber quantos são, até ao momento, os médicos e restantes profissionais de saúde com COVID-19, bem como os stocks de diversos equipamentos e necessidades de utilização estimadas até junho.
Lisboa, 23 de março de 2020