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Ordem apela a mais prudência e responsabilidade na comunicação pública com os cidadãos

As vacinas representaram uma inflexão determinante no curso da pandemia Covid-19, mas sabemos, até pelo agravamento recente dos dados da pandemia em Portugal, que não é ainda o momento de abdicarmos ou de aligeirarmos outras medidas de contenção do vírus. Nesse sentido, e perante alguns episódios recentes, a Ordem dos Médicos vem alertar que a comunicação pública com os cidadãos é crítica para a adesão às medidas de prevenção e proteção individual e coletiva, pelo que deve ser gerida com prudência, responsabilidade e transparência, em particular pelos titulares de cargos públicos.

“A Ordem dos Médicos tem feito várias recomendações que visam compatibilizar a retoma de múltiplas atividades com a saúde e segurança dos cidadãos, e com o respeito pelo trabalho e pressão extraordinários a que os médicos e outros profissionais de saúde estão a ser sujeitos há quase um ano e meio. É que estes não cuidam, tratam e protegem apenas os doentes Covid-19, mas também todos os outros doentes. Nesse sentido, é com preocupação e consternação que assistimos a alguns momentos infelizes de comunicação com os cidadãos, em que se promovem mensagens contraditórias e que não beneficiam o combate à pandemia, podendo até trazer consequências económicas e de saúde mais nefastas”, salienta o bastonário da Ordem dos Médicos. Recorde-se, a título de exemplo, que tanto Lisboa como Sevilha são, de momento, zonas vermelhas, sendo de imperioso bom senso a redução de deslocações para áreas problemáticas.

“Esta é a altura de usarmos todos os meios que temos, das vacinas às máscaras, passando pela testagem regular em vários contextos. Mas nenhuma dessas medidas corresponde a que possamos fazer uma vida inteiramente normal, como a que tínhamos em 2019, e as personalidades com exposição e influência pública são agentes importantíssimos na forma como os cidadãos compreendem as mensagens e ajustam as suas decisões e comportamentos individuais. As vacinas e os testes são seguros, mas não nos dão a total garantia de que não somos portadores e transmissores do vírus”, lembra Miguel Guimarães.

 

Lisboa, 25 de junho de 2021