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Ministério aceita prolongar utilização de receitas manuais após intervenção da Ordem

No mesmo dia em que a Ordem dos Médicos deu nota pública de que, dentro de poucos dias, se nada fosse feito, um grupo de médicos deixaria de poder prescrever manualmente os medicamentos de que os doentes necessitam, passando a existir apenas a possibilidade de serem utilizadas as receitas eletrónicas, o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde veio reverter a decisão.

Em causa estava o fim do prazo de transição previsto na Portaria que prevê o processo de desmaterialização das receitas em papel e que deixava de permitir as receitas manuais já em janeiro. O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde garantiu ontem aos jornalistas que o prazo será estendido, afinal, até junho.

“Congratulo-me com a decisão do Dr. António Lacerda Sales, que vai beneficiar sobretudo os doentes. Numa altura de tantas dificuldades de acesso a cuidados de saúde, seria incompreensível contarmos com mais uma barreira. Era um problema de fácil resolução, de índole burocrática, e estamos perante um pequeno número de médicos, que, maioritariamente por razões relacionadas com a idade, têm dificuldades de adaptação aos meios informáticos, mas que foram determinantes na construção dos cuidados de saúde em Portugal”, sublinha o bastonário.

“Os médicos colaboraram sempre de forma exemplar no processo de desmaterialização da receita, mesmo utilizando um sistema informático que falha muitas vezes, que atrasa consultas e outros procedimentos. Não se entendia, por isso, esta falta de capacidade de adaptação da tutela e a ausência de resposta às tentativas feitas em privado pela Ordem dos Médicos”, reforça o bastonário.

Lisboa, 30 de dezembro de 2020