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Médicos temem as consequências da falta de informação sobre a pandemia

A sexta vaga de Covid-19 já se terá instalado em Portugal e falta de informação divulgada pela Direção-Geral da Saúde está a preocupar os médicos, que exigem que os dados sobre a pandemia sejam divulgados com maior regularidade e precisão. A divulgação atual dos dados da pandemia é feita semanalmente no que toca aos casos de infeção e óbitos, contudo os internamentos que são divulgados às sextas-feiras são referentes à segunda-feira anterior à publicação do relatório. Uma dinâmica que não permite um acompanhamento em tempo real do que está a acontecer.

Os médicos consideram que a falta de informação se pode tornar perigosa. É o caso de António Sarmento, diretor do Serviço de Doenças Infeciosas do Hospital São João, que considera que as “pessoas só são livres de tomar decisões se estiverem bem informadas, portanto a informação e a comunicação da DGS com as pessoas, deve ser uma comunicação diária e clara” e adiciona, “se for assim há medidas que nem sequer precisam de ser obrigatórias”, porque serão concretizadas voluntariamente pelos cidadãos.

O tema foi debatido na 1ª edição do Congresso da Saúde, que se realizou na Maia, onde Miguel Guimarães reiterou a opinião generalizada dos médicos. “Os portugueses precisam de saber o que está a acontecer, se souberem o que está a acontecer, têm desde logo o bom-senso de tomar decisões mais acertadas. Além disso, se nós, médicos, soubermos o que está a acontecer conseguimos fazer recomendações mais acertadas à DGS.”

Ficou o pedido da comunidade médica para que a DGS volte a divulgar os dados da Covid-19, de forma mais atualizada e consistente, para que assim os comportamentos de riscos sejam evitados uma vez que “o vírus continua a ser muito grave para as pessoas mais vulneráveis, apesar das vacinas e apesar de haver variantes mais leves a nível de sintomatologia.”