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Médicos portugueses e luso-ucranianos recebem formação para ajudar na guerra da Ucrânia

Na passada terça-feira, 10 de janeiro, realizou-se, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), a formação “Advanced Critical Care Transfer Simulation Course”. As dificuldades sentidas no transporte de doentes na guerra da Ucrânia estão na base da formação desenvolvida em parceria entre o Centro de Simulação Biomédica (CSB) do CHUC e o Gabinete de Apoio Humanitário da Ordem dos Médicos (OM).

A formação debruçou-se sobre todos os aspetos a ter em conta no transporte de doentes, “desde o acolhimento à segurança no transporte, às necessidades que a vítima pode ter durante esta fase crítica em que não está propriamente numa instituição hospitalar, mas está a ser transportada entre o campo de operações e a instituição ou mesmo entre diferentes instituições”, esclareceu Mafalda Ramos Martins, diretora do CSB.

Uma equipa com médicos portugueses e ucranianos vai ser responsável pela formação de pessoal clínico para tratar feridos de guerra na Ucrânia. Mas, antes de avançarem para o terreno, estão em fase de treino no Centro de Simulação Biomédica dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Os médicos que participaram no curso também “já tiveram previamente uma formação em contexto de formação de formadores, ou seja, para conseguirem todas as competências para dar formação aos profissionais ucranianos e será feita em contexto de simulação”, explicou Mafalda Ramos Martins.

O curso foi coordenado por Vítor Almeida, coordenador do Gabinete de Apoio Humanitário da Ordem dos Médicos, que relembrou que o órgão criado pelo bastonário, Miguel Guimarães, tem dado apoio à Ucrânia em diferentes fases.

“Numa primeira fase o apoio estava mais relacionado com o acolhimento de refugiados, numa segunda fase procuramos dar apoio aos nossos colegas com formação médica, recebendo-os em Portugal, mas também enviando equipas médicas para a Ucrânia”, adiantou Vítor Almeida.

Esta ação, que contou com “15 formandos médicos de norte a sul do país, alguns portugueses e outros luso-ucranianos”, envolveu o Gabinete de Apoio Humanitário da Ordem dos Médicos, a Cruz Vermelha Portuguesa, o INEM, bem como formadores médicos do CHUC.

Miguel Guimarães marcou presença na formação, não só enquanto bastonário da Ordem dos Médicos, mas também como principal impulsionador da criação do Gabinete de Apoio Humanitário.

“O espírito solidário e humanista dos médicos continua a ser decisivo em momentos de crise. Este contributo da Ordem dos Médicos é impulsionado por profissionais de excelência que não hesitam em ajudar e em colocar o seu conhecimento ao serviço da humanidade”, enalteceu o bastonário.

O curso contou, ainda, com a presença do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, que salientou a importância da iniciativa, num “importante sinal que a OM e o país dão de solidariedade com o povo ucraniano”.

O ministro assinou, junto com o bastonário, Miguel Guimarães, duas bandeiras ucranianas que serão levadas pela equipa que irá ao terreno.