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Maternidades a funcionar em rotatividade até março: “Deveria ter sido uma situação pontual”

Na passada quarta-feira, o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) anunciou que as maternidades e blocos de partos vão passar a funcionar com plano de rotatividade nos três primeiros meses do ano, tal como aconteceu no período no Natal e fim de ano.

“O que está preparado para o primeiro trimestre é mantermos esta abordagem de suspensão da atividade rotativa em articulação”, alegou Fernando Araújo.

A direção executiva do SNS afirma que o plano está delineado e que será conhecido até 15 de janeiro. O objetivo, garantem, é ter sempre “na mesma área geográfica, uma resposta consistente e evitar que as grávidas andem a ter que perceber se aquele local vai estar aberto ou não, até à última hora, até ao último dia”.

Aquando da implementação da rotatividade entre hospitais no período das festividades, o bastonário da Ordem dos Médicos considerou que a medida concederia estabilidade às grávidas, permitindo mais segurança clínica, mas que deveria tratar-se de uma solução pontual.

“Esta situação que temos em cima da mesa é uma situação de recurso”, acrescentou na altura.

Agora, com o anúncio de que as maternidades e blocos de partos vão continuar a encerrar à vez, durante os próximos 3 meses, Miguel Guimarães espera que em breve em direção executiva do SNS consiga apresentar uma solução definitiva para este problema.

“A direção executiva do SNS, e próprio ministério da Saúde, deve procurar um caminho de maior eficiência em termos práticos e que garanta uma verdadeira estabilidade às nossas grávidas”, alertou Miguel Guimarães, que acredita que esta solução será encontrada rapidamente.

Miguel Guimarães defende que esta rotatividade só deveria ter acontecido nas épocas festivas, porque “se tiver maternidades encerradas, tem de se considerar a hipótese de as maternidades não terem necessidade de existir”.

O bastonário salientou a especificidade do interior do país, defendendo que nessas regiões “temos de reforçar as maternidades” que existem e não “pensar em encerrá-las”, senão “as grávidas têm de fazer demasiados quilómetros para poderem ter acesso a uma maternidade”.

Já nas grandes áreas metropolitanas, o representante dos médicos considera que se pode “pensar de uma forma diferente”. “Ainda assim tem que se saber exatamente o número de partos, o número de pessoas, a complicação das gravidezes e todos esses fatores devem ser analisados”.