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Mais de 4500 médicos disponíveis para reforçar o SNS em situação de crise extraordinária

Foram mais de 4500 os médicos que responderam ao apelo do bastonário da Ordem dos Médicos para se disponibilizarem para reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) nesta situação de crise extraordinária relacionada com o novo coronavírus. Miguel Guimarães escreveu a todos os colegas, pedindo, especialmente aos que já saíram do SNS ou que já se reformaram, que considerassem a hipótese de fazer mais horas ou de regressarem ao SNS para colaborarem no âmbito das suas competências e conhecimento ou no apoio direto à COVID-19.

“Recebemos mais de 4500 respostas positivas de médicos disponíveis para ajudar o nosso país numa altura de emergência de saúde pública internacional. Os médicos sempre estiveram ao lado dos doentes em momentos muito difíceis e jamais o deixariam de fazer perante uma pandemia que está a representar um desafio imenso para todos os países”, diz o bastonário da Ordem dos Médicos. “Mesmo assim, não posso deixar de expressar publicamente a minha comoção e agradecimento, pois sei que não é fácil estar no terreno em alturas de grande incerteza e em que temos de arriscar a nossa própria vida e deixar as nossas famílias para trás”, reforça Miguel Guimarães.

O bastonário adianta que a listagem de médicos para reforçar os cuidados de saúde tem vindo a ser partilhada com o Ministério da Saúde. “É urgente que estes médicos que prontamente responderam a este apelo humanista e solidário tenham uma resposta e que se organizem os serviços, a contar também com o seu apoio, permitindo um melhor equilíbrio entre períodos de trabalho e descanso”.

O bastonário reforça ser absolutamente imprescindível que todos os profissionais de saúde, e outros profissionais que também estão na linha da frente, tenham acesso a equipamentos de proteção individual adequados.

Na carta que escreveu, Miguel Guimarães apelava ao espírito solidário e humanista que representa ser médico. “Ser médico é estar na linha da frente nos momentos difíceis e tentar influenciar favoravelmente o rumo dos graves problemas que assolam a nossa população, com espírito de solidariedade e grande sentido humanista para com a nossa sociedade e, acima de tudo e sempre, para com os nossos doentes”, dizia o bastonário, reconhecendo que “o SNS foi alvo de grande desinvestimento ao longo dos últimos anos, perpetuado por sucessivos governos”, pelo que este apoio se torna ainda mais necessário e urgente.

“Este é um momento importante de união entre todos os cidadãos e, em especial, entre todos os médicos e profissionais de saúde. É o momento de colocar as divergências de lado e centrar os nossos esforços em servir a verdadeira causa pública que são as pessoas e o país, e ajudar a Autoridade de Saúde Nacional (DGS) e o Governo a garantir uma resposta adequada ao evoluir da situação epidémica”, lia-se na mesma missiva. “Aos que já fazem o SNS todos os dias, em condições muito difíceis, só posso agradecer antecipadamente o esforço extra que estão a fazer, e para o qual sei que estão à altura”, referia.

 

Lisboa, 27 de março de 2020

 

2020.03.27_NI – Mais de 4500 médicos disponíveis para reforçar o SNS em situação de crise extraordinária