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Gabinete de Crise da OM partilha medidas para travar crescimento da pandemia

O atual contexto pandémico, com um acentuado aumento do número de novos casos de COVID-19, exige que as medidas em vigor sejam revistas e adaptadas aos dados de que dispomos. Desta forma, o Bastonário da Ordem dos Médicos e o Gabinete de Crise para a COVID-19 vêm partilhar várias recomendações prementes:

 

  1. Aposta numa comunicação clara, concisa e eficaz, realizada também por quem está mais próximo de setores sociais distintos e diferentes gerações, para motivar os cidadãos a cumprirem as normas definidas pela DGS, tal como a utilização generalizada de máscaras, o distanciamento social/físico e as medidas de higiene preconizadas; Criação de um plano para refutar as falsas informações habitualmente associadas a alguns movimentos inorgânicos;
  2. Publicação e divulgação de regras objetivas, adaptadas à atual evolução da pandemia, o que passa por uma atuação mais robusta nos eventos públicos ou privados, por exemplo nos restaurantes, bares, cafés, casamentos ou batizados, momentos em que a utilização de máscara não é possível manter de forma regular, admitindo nestas situações medidas de contenção e prevenção mais rigorosas;
  3. Divulgação dos mapas de risco regionais no sentido de envolver e motivar os cidadãos, dando-lhes a informação necessária para se protegerem melhor e protegerem os outros, e facilitando-se a possibilidade de confinar e desconfinar em períodos curtos de forma a diminuir fortemente os contágios;
  4. Testagem regular dos profissionais de saúde e cuidadores dos lares, acompanhada da introdução premente dos chamados testes rápidos em surtos;
  5. Melhor proteção dos lares, envolvendo as famílias, apostando na formação adequada dos cuidadores, na contratação de equipas clínicas específicas com médico, enfermeiro e farmacêutico, e na melhoria gradual das infraestruturas e capacidade de distanciamento;
  6. Rápida operacionalização do Plano da Saúde para o Outono-Inverno, nomeadamente definindo de forma clara quais os hospitais não Covid, a concretização da existência de hospitais de retaguarda devidamente equipados para tratar doentes Covid, o apoio à constituição de hospitais de campanha que permitam reforçar a resposta ao diagnóstico e acompanhamento de doentes Covid que não podem estar no seu domicílio, um papel mais ativo e essencial da estrutura militar no apoio a este combate global, que necessita com urgência de planeamento, organização e disciplina;
  7. Implementação efetiva de uma coordenação nacional e regional para a gestão crítica de camas de internamento, cuidados intensivos e transferência de doentes;
  8. Insistência no teletrabalho ou, quando não é possível, no desfasamento de horários de trabalho, acompanhado pelo reforço da disponibilidade de transportes públicos;
  9. Operacionalização da proximidade no acesso aos medicamentos;
  10. Libertação dos médicos de família e respetivas equipas das múltiplas tarefas Covid, para manter aberta, aos nossos doentes habituais, a principal porta de entrada no SNS, o que pode passar pela criação de uma linha de saúde específica para o Trace-Covid, com equipas médicas próprias para seguirem e tratarem à distância os doentes em ambulatório e estarem disponíveis para receber os seus contactos;
  11. Reforçar, desde já, de forma robusta o SNS, o que passa por melhorar a proposta do Orçamento do Estado para 2021, e liderar, através do serviço público, a utilização de todos os recursos disponíveis no sistema de saúde, e combater o aumento das desigualdades sociais em tempo de pandemia.

 

Lisboa, 30 de outubro de 2020