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Esclarecer o não esclarecimento da Ordem dos Farmacêuticos sobre a DCI na Madeira

Revelando mais uma vez uma estranha falta de consistência das suas afirmações e a total subordinação à defesa dos interesses comerciais das farmácias, a Ordem dos Farmacêuticos (OF) continua a baralhar dados e a fazer afirmações sem qualquer fundamento conhecido.

Solicita-se à OF que divulgue os números, tipo de informação e quais os referenciais em que se baseia para apresentar aquela evolução das quotas de genéricos para a Madeira, a fim de se verificar se se podem comparar linearmente com o Continente. O mais provável é que a OF esteja a comparar coisas completamente diferentes, manipulando as conclusões finais.

É altura do Infarmed fazer um comunicado a esclarecer as verdadeiras percentagens de genéricos no Continente e na Madeira e a respectiva evolução.

Efectivamente, utilizando os dados da HMR, empresa da ANF, conforme powerpoint que consta no Portal da Ordem, dados esses que são totalmente coincidentes com os dados do IMS, o aumento da quota de genéricos, em embalagens, no mercado total de medicamentos, de Outubro 2010 a Outubro 2011, foi de 15,95% na Madeira (passou de um quota de 13,73 para 15,92%) e de 18,77% a nível nacional (passou de 17,90 para 21,26%).

Por conseguinte, confirma-se que, em embalagens e no mercado total de medicamentos,  a quota de genéricos cresceu menos na Madeira do que no Continentes, apesar de partir de um valor substancialmente mais baixo. Mais ainda, a Madeira continua a ser, a grande distância, a região do país com a mais baixa quota de genéricos. Como demonstra a objectividade dos números e a frieza das verdadeiras percentagens, a Lei da DCI na Madeira foi totalmente ineficaz no aumento da quota de genéricos, pois nesta região a sua quota cresceu abaixo do ritmo de crescimento do Continente.

Quanto à alegada poupança, já se desmontou o significado e a mistificação dos números no texto que a Ordem dos Médicos publicou neste Portal intitulado “A Verdade sobre a DCI na Madeira”! Porque é que a OF não mostra a poupança comparando os meses de Outubro em vez de comparar os meses de Setembro?! A OF desconhece que o mês de Setembro de 2010 foi um mês completamente atípico?!?! Ou não desconhece e quer mesmo enganar as pessoas menos informadas?!?! E porque é que, na respectiva escala, não mostra os dados da poupança no Continente?!

Como afirmámos, mais uma vez se comprova que os dados apresentados pela OF não são fiáveis nem confiáveis e que a OF esqueceu que a sua principal missão é defender a Ética, a Deontologia e a Qualidade Farmacêutica e não os interesses comerciais de uma minoria de farmacêuticos.

Repetimos o apelo ao Infarmed para que esclareça a verdade.

José Manuel Silva, bastonário da Ordem dos >Médicos

24 de novembro de 2011