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Dia do Médico: “Quem não gosta de médicos não gosta de doentes”

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, assinala a efeméride internacional com agradecimento aos médicos e apela a reformas estruturais na saúde.

Miguel Guimarães assinala o Dia do Médico, que se celebra na maioria dos países a 18 de outubro, com palavras de agradecimento e de reconhecimento a todos os médicos; além de reforçar o apelo ao investimento nas carreiras médicas e à realização de reformas estruturais na saúde – sobretudo no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O bastonário vem por este meio felicitar os médicos portugueses, assim como os médicos de todo o mundo, pela sua dedicação, resiliência e pelo seu trabalho incansável em prol dos doentes e da humanidade.

A data simbólica, de origem cristã, coincide com o Dia de São Lucas, considerado o padroeiro dos médicos.

A verdade é que os médicos são os principais responsáveis pela saúde dos cidadãos, tanto nos momentos de maior fragilidade, mas também tendo em vista a prevenção da doença. Daí ser imperativo homenagear estes profissionais. Face à crise atual que afeta o setor da saúde, em particular o SNS, e a falta de investimento por parte do Governo, o bastonário defende com convicção absoluta que: “Quem não gosta de médicos não gosta de doentes e não entende a missão de proteger as pessoas”.

Neste dia tão especial, Miguel Guimarães ressalta ainda as falhas do novo Orçamento do Estado para 2023, cuja despesa com pessoal sobe apenas 2,9% – um valor menor ao que é gasto em horas extraordinárias. Trata-se, novamente, de um documento que perpetua a desvalorização das carreiras e do trabalho dos médicos, o que por sua vez incentiva a sua saída para o setor privado ou para o estrangeiro.

Precisamos de reter talento, de criar boas condições de trabalho e valorizar o trabalho e a responsabilidade de todos os médicos. Só assim iremos resolver a crise crónica que existe no Serviço Nacional de Saúde, reforçou o representante dos médicos.

Neste momento, o SNS não garante o pressuposto constitucional da acessibilidade universal aos cuidados de saúde, o que obviamente é “grave e exige retificação urgente”. Daí serem necessárias reformas estruturais capazes de modernizar a gestão, de o tornar mais competitivo, dar mais autonomia e flexibilidade de gestão às unidades de saúde na contratação de capital humano ou compra de equipamentos.

Entretanto, e perante o quadro político de incerteza, a Ordem dos Médicos irá lançar em breve o novo relatório das Carreiras Médicas, que está em fase de finalização. Trata-se de um documento ímpar que pretende modernizar e reforçar a valorização da carreira médica, e simultaneamente analisar os desafios atuais e promover soluções para o presente e para o futuro.

Segundo Miguel Guimarães: “Sem saúde existem mais doentes e os nossos serviços de saúde ficam mais frágeis e menos sustentáveis”.

Este Dia do Médico serve para mais uma vez recordar a qualidade do trabalho e resiliência dos médicos, cujo propósito é servir, cuidar e proteger todos os portugueses, a todas as horas, minutos, e dias do ano.

18 de outubro, de 2022

 

O bastonário da Ordem dos Médicos participou no programa “Esta manhã”, da TVI, no âmbito da efeméride internacional. Pode rever a participação no link entre os minutos 32:35-40:11.