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De visita a Beja: Ordem apela ao combate à desertificação

Dia 11 de setembro o Bastonário da Ordem dos Médicos deslocou-se a Beja numa visita que abrangeu o Hospital José Joaquim Fernandes, a Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) e a Unidade de Saúde Familiar (USF). O objetivo desta visita foi conhecer no terreno qual a perceção dos profissionais quanto ao funcionamento da ULS Baixo Alentejo. Carlos Cortes reuniu com a administração da ULS mas também com os colegas das áreas hospitalares, dos cuidados de saúde primários e da Saúde Pública. Além da aparente ineficácia da ULS como modelo de articulação entre os diversos níveis de cuidados, uma realidade preocupante é a falta transversal de médicos especialistas, agravada por uma demografia médica envelhecida, com muitas áreas a serem asseguradas apenas por médicos acima dos 60 anos. “Sem profissionais não há saúde”, frisou o dirigente da Ordem dos Médicos, realçando que não será a construção de um hospital novo – por muito importante que seja, e é – que resolverá as dificuldades. Para Carlos Cortes a solução é clara: “é fundamental que durante a sua formação os internos tenham contacto com as várias realidades – dos hospitais centrais aos mais periféricos – porque isso prepara-os para serem melhores médicos” é, portanto, “fundamental investir na formação e na atratividade desses colegas mais jovens”. Só fixando os internos será possível renovar os serviços e combater a desertificação do interior. Mas, para isso, é preciso investir em várias áreas: “A saúde não é uma ilha numa comunidade. Para melhorar as dificuldades de resposta que se sentem na ULSBA é preciso uma intervenção alargada: gerar emprego para os cônjuges, melhorar as acessibilidades, reduzir o custo da habitação… Sem isso, não se atraem os médicos necessários à região”, enquadrou Pedro Vasconcelos, Presidente da Subregião de Beja da Ordem dos Médicos, durante esta visita.