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Comunicado: Doença dos Legionários

Comunicado de Imprensa 

Atendendo às recentes notícias sobre casos de Doença dos Legionários em Portugal, a Ordem dos Médicos, através do Colégio de Saúde Pública, está disponível para apoiar as Autoridades de Saúde e contribuir para o esclarecimento da população. Assim, entende a Ordem dos Médicos divulgar a seguinte informação.

A Doença dos Legionários é de notificação obrigatória. O período de incubação é de 2 a 10 dias, sendo desencadeada uma resposta e investigação epidemiológica, pelas Autoridades de Saúde sempre que surge um caso, determinando as medidas de saúde pública, ajustadas e proporcionais, à avaliação de risco.

A doença caracteriza-se por uma pneumonia provocada pela bactéria Legionella pneumophila, com aparecimento de sintomas como febre, mal-estar geral, dores de cabeça, dores musculares, tosse não produtiva e diarreia. É mais frequente em adultos, habitualmente fumadores ou ex-fumadores, doentes portadores de doenças crónicas (diabetes, doenças pulmonares, renais, imunológicas ou neoplásicas). Em cerca de 10% dos casos a doença é letal. Transmite-se por via respiratória, por inalação de aerossóis de água contaminada.

A Legionella vive, habitualmente, na água, em ambientes aquáticos naturais, como rios e lagos. Pode contaminar sistemas de água, como redes prediais de abastecimento, sistemas de refrigeração, entre outros.

A doença pode ocorrer como caso isolado ou na forma de surto, sendo mais frequente entre o final do Verão e o Outono.

A Legislação define os procedimentos relativos à monitorização de redes, sistemas e equipamentos propícios à proliferação e disseminação da bactéria Legionella, sendo nas situações de risco elevado, obrigatória a comunicação à autoridade de saúde local, num prazo de 48 horas após conhecimento dos resultados analíticos para a implementação das medidas necessárias.

A identificação ambiental da bactéria não constitui necessariamente risco de doença, embora motive a avaliação de risco e faz parte das atividades de monitorização e vigilância das unidades de saúde pública.

As atuais condições climatéricas potenciam o aparecimento de casos esporádicos e surtos, sendo importante o reforço da deteção precoce de eventuais casos com suspeita clínica (pneumonia).