O Grémio Literário, instituição de utilidade pública fundada em 1846, homenageou na terça-feira, dia 17 de maio, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.
A iniciativa teve como objetivo principal reconhecer publicamente a “dedicação e o empenho” com que Miguel Guimarães tem desempenhado o cargo de bastonário desde 2017, mas especialmente nestes últimos 2 anos marcados pela pandemia de Covid-19, nos quais soube ter “uma intervenção pública constante, oportuna e assertiva”, conforme realçou o presidente do Grémio Literário, António Pinto Marques, durante a cerimónia.
“O nosso homenageado foi sempre uma voz empenhada, lúcida e inconformada no esclarecimento e envolvimento da população, bem como na fundamentação das melhores práticas no combate a este flagelo que só em Portugal provocou mais de 22 mil óbitos”, refere o Grémio Literário no seu site oficial. O gesto simbólico – consumado através da entrega de um diploma de honra e de uma medalha – distinguiu ainda a “intransigente defesa de valores” e princípios que Miguel Guimarães simboliza, como foi realçado na sessão.
Na iniciativa participaram também Manuel Braga da Cruz (presidente da mesa da assembleia-geral do Grémio Literário) e Germano de Sousa (antigo bastonário da Ordem dos Médicos) que fez o discurso de louvor a Miguel Guimarães, destacando o seu trabalho quer na área da transplantação quer no “desempenho incansável” em prol de médicos e doentes.
Germano de Sousa realçou ainda as qualidades e capacidade organizativa que fazem de Miguel Guimarães um “líder pelo exemplo”, “merecedor dos elogios dos colegas” e dos doentes.
O bastonário mostrou-se sensibilizado pelo reconhecimento de uma instituição que simboliza o que de melhor há numa sociedade civil interventiva, frisando ser “apenas o rosto visível” de tantos que trabalham em prol do bem comum, destacando os médicos que estiveram envolvidos no processo de vacinação, os do Gabinete de Crise para a Covid-19 por si nomeado, os colegas que trabalham em múltiplos órgãos da Ordem dos Médicos e todos aqueles que, ao serviço dos doentes, “foram extraordinários durante esta crise sanitária, demonstrando competência, sentido humanista e capacidade de trabalho em equipa”, esses sim os verdadeiros heróis da pandemia, ao lado de todos os profissionais de saúde e da própria sociedade civil que soube reagir e adaptar-se.
No momento em que foi alvo desta homenagem simbólica, Miguel Guimarães fez questão de – perante dezenas de colegas e amigos que se associaram à cerimónia da passada terça-feira – transmitir a sua gratidão e homenagem pessoais a todos os médicos que representa e sem os quais os resultados de Portugal face à pandemia seriam muito piores. “Obrigado por honrarem a medicina, Portugal e os portugueses”, concluiu emocionado.
O Grémio Literário foi criado por carta régia de D. Maria II, em 18 de abril de 1846. Entre os seus fundadores estão nomes como o do historiador Alexandre Herculano e o do poeta e dramaturgo Almeida Garrett. Merecedora da medalha de honra da cidade de Lisboa em 1987, a instituição continua bem ativa nos dias de hoje, sobretudo através de atividades intelectuais, conferências e cursos sobre literatura, arte, história da medicina, arquitetura, economia, política e direito.
Outras demonstrações de reconhecimento da sociedade civil
No dia 12 de maio de 2022 teve lugar a Gala de entrega dos Troféus Marcas de Confiança 2022 das Selecções do Reader`s Digest que distinguiu quem merece a confiança dos portugueses em dezenas de categorias diferentes, incluindo a Profissão e as Personalidades de Confiança.
As Personalidades de Confiança foram eleitas por meio de uma pergunta aberta em que era pedido aos leitores para indicarem o nome da pessoa que, em cada área, devia merecer esse título, pelo contributo prestado à comunidade e engrandecimento da imagem do país. O resultado das respostas espontâneas fez distinguir o especialista em Pneumologia e Medicina Intensiva Filipe Froes, coordenador do Gabinete de Crise para a COVID-19 nomeado pelo bastonário da Ordem dos Médicos e que foi, naturalmente, distinguido pelos portugueses na categoria “médico de confiança”, ao lado de nomes como Elvira Fortunato (investigação científica), Ruy de Carvalho (representação), José Rodrigues dos Santos (jornalismo e literatura) e Isabel Jonet (dirigente de ONG), entre outros.
Como personalidade do ano, os portugueses escolheram o Almirante Gouveia e Melo sem dúvida pela sua visão e desempenho na liderança do processo de vacinação, o que se traduziu, por exemplo, na capacidade de aceitar a ajuda da Ordem dos Médicos na área específica da vacinação dos médicos, conforme proposto por Miguel Guimarães, o que evitou que ficassem de fora milhares de médicos do setor privado que todos os dias cuidam dos seus doentes, com ou sem pandemia.
O clima de dúvida e de ansiedade de 2020 não se desvaneceu em 2021. Ao contrário, novas preocupações surgiram no contexto pandémico que se desejava já ultrapassado, mas que se acentuou com novas frentes de batalha, às quais todos os profissionais de saúde continuaram a dar o seu melhor. Os resultados do questionário de 2022, espelham bem o sentimento de gratidão e o reconhecimento dos portugueses pelo extraordinário trabalho desenvolvido por todos aqueles que protegeram e cuidaram dos portugueses escolhendo – por esmagadora maioria – os médicos como a profissão de maior confiança (47,6%) , seguida dos bombeiros (14,2%).
O galardão foi recebido pelo bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que fez questão de frisar a sua enorme gratidão a todos os portugueses quer por sentir que esta foi uma “escolha genuína”, quer pela “honra e privilégio” que sente por poder representar os colegas numa homenagem justa que é devida a todos os médicos mas também aos portugueses que “souberam corresponder ao que lhes era pedido”.
A gala de entrega dos prémios foi conduzida por Júlio Isidro e Rui Unas.
Este é um dos mais antigos e prestigiados prémios nacionais e é atribuído pelas Seleções do Reader’s Digest com base na votação dos consumidores. O estudo Marcas de Confiança 2022 foi realizado entre os dias 17 de setembro e 30 de novembro de 2021, e dirigido a 12 mil assinantes das Selecções do Readers Digest. A amostra é representativa dos portugueses, nas variáveis de género e idade.
As Seleções do Reader’s Digest completam 100 anos desde que DeWitt Wallace lançou a primeira edição da revista nos E.U.A., em fevereiro de 1922. Este pequeno compêndio mensal de informação escrita rapidamente conquistou o mundo, alcançando atualmente cerca de 15 milhões de leitores, em 21 línguas distintas. A edição portuguesa das Seleções do Reader’s Digest teve a sua estreia em maio de 1971 mas foi a entrada no novo milénio que assinalou o lançamento do estudo Marcas de Confiança.