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Aumenta número de casos de violência contra médicos

Nos primeiros seis meses de 2019, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) recebeu 637 notificações de incidentes que envolveram violência contra profissionais de saúde no local de trabalho. Enfermeiros e médicos são as principais vítimas, noticia o jornal Público.

Uma médica foi agredida – com uma garrafa de oxigénio – por um doente no serviço de urgência do Centro Hospitalar Universitário do Algarve na tarde de sábado, dia 5 de outubro, supostamente por causa da demora no atendimento. A vítima teve alta no dia seguinte e o agressor foi identificado, ouvido pelo Ministério Público e obrigado a ficar no internamento de psiquiatria.

Este é um exemplo recente dos muitos casos de violência contra profissionais de saúde relatados e que leva a Ordem dos Médicos a pedir mais segurança nos hospitais e centros de saúde.

Miguel Guimarães considera que os elevados tempos de espera são consequência “do estado atual do Serviço Nacional de Saúde”. “Todos os anos temos chamado a atenção do Ministério da Saúde de que é preciso fazer alguma coisa”, sublinhou o bastonário, defendendo que os profissionais não podem ficar à mercê da violência.”É preciso garantir segurança efetiva nos locais de trabalho”, afirmou.

Perante situações como a que se verificou no Hospital de Faro, Miguel Guimarães deixa um alerta: “Eu só espero que não seja necessário acontecer uma morte, porque já há agressões com armas de fogo, para que depois o Presidente da República, o primeiro-ministro e a Ministra da Saúde venham lamentar sem que nada tenha sido feito”.

Apesar de o número de queixas estar a aumentar na última década, a DGS acredita que os casos de violência podem ser superiores aos dados oficias. É que “a violência tem duas coisas que a caracterizam: o silêncio e a invisibilidade”, explicou o psiquiatra João Redondo ao Público.

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