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Ordem clarifica que defende critérios de vacinação que privilegiem redução da mortalidade e da sobrecarga dos serviços

A Ordem dos Médicos, na sequência de algumas notícias que dão conta de que corroborou na íntegra a estratégia de Portugal de iniciar a vacinação contra a Covid-19 pelos profissionais de saúde, vem clarificar que enviou ao Ministério da Saúde, a 21 de dezembro, um ofício com comentários ao Plano Nacional de Vacinação Covid-19 a que teve acesso, e que se trata do mesmo plano publicitado pelo coordenador da task-force junto da comunicação social.

Nesse documento, o bastonário da Ordem dos Médicos e o Gabinete de Crise para a Covid-19 defenderam que era urgente definir de forma clara, coerente e envolvente uma estratégia vacinal assente sobretudo nos objetivos de prevenir a mortalidade e prevenir a sobrecarga dos serviços de saúde, seguindo-se critérios de redução de morbilidade, de mortalidade e de preservação da atividade assistencial não-Covid.

Assim, ainda que corroborando que os médicos e restantes profissionais de saúde deveriam ser considerados como prioritários, defendemos junto da tutela uma mudança dos critérios de operacionalização dos grupos populacionais com fatores de risco já conhecidos, privilegiando, por exemplo, o fator idade, o que facilitaria a identificação dos grupos-alvo e permitiria reduzir a mortalidade, morbilidade e pressão nos serviços. Recorde-se que a taxa de letalidade varia de cerca de 0,3% na faixa dos 50 aos 59 anos até aos 13,6% acima dos 80 anos.

Nesse sentido, os profissionais e os residentes em lares, unidades de cuidados continuados e aqueles idosos que são acompanhados diretamente pelas famílias, beneficiariam da vacina logo numa primeira fase. Da mesma forma, no que aos profissionais de saúde diz respeito, defendemos que o fator idade e doenças associadas deveria ser considerado na seleção inicial, independentemente da unidade de saúde, região do país ou setor em que desenvolvessem a sua atividade.

No mesmo ofício, foi também transmitida a nossa preocupação com a falta de critérios de operacionalização para os profissionais de saúde que não trabalham no SNS e para os cidadãos que são seguidos exclusivamente a nível hospitalar no SNS e aqueles que são seguidos apenas nos setores social e privado.

Lisboa, 01 de janeiro de 2021

Leia a análise preliminar ao documento “Plano Nacional de Vacinação COVID-19” aqui:

https://ordemdosmedicos.pt/analise-preliminar-ao-plano-nacional-de-vacinacao-covid-19/