No último procedimento concursal para reforçar os cuidados de saúde primários com mais especialistas em Medicina Geral e Familiar, apenas 73 das 113 vagas foram preenchidas. A região de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a mais carenciada de todo o país, foi a que menos médicos de família conseguiu atrair.
“Este deserto histórico em termos de número de candidatos é um reflexo da atitude que a ministra da Saúde tem demonstrado. Ao invés de acarinhar os profissionais de saúde, a tutela tem escamoteado os graves problemas do Serviço Nacional de Saúde e ameaçado com retenções obrigatórias de médicos que em nada contribuem para que tenham vontade de trabalhar no sistema público de saúde”, afirma o bastonário da Ordem dos Médicos.
Para Miguel Guimarães, “este concurso é mais uma prova de que a atual política de contratação de recursos humanos não serve nem o país nem o SNS e a prova de que também nada de eficaz está a ser feito para conseguir atrair médicos para zonas carenciadas”.
“Há vagas que ficam sistematicamente por preencher em algumas zonas de Lisboa e também do Alentejo e Algarve. Isso obriga a uma reflexão e a uma atitude séria por parte do Ministério da Saúde”, reforça o bastonário, que lamenta que “uma vez mais os doentes sejam prejudicados pelo poder político”, com a ministra da Saúde a empurrar os médicos para fora do SNS.
Lisboa, 21 de março de 2019
Download: 2019.03.21_NI – Ministra da Saúde empurra médicos de família para fora do SNS