Qualidade das publicações, melhoria de processos, redução dos prazos editoriais, formação e divulgação científica são aspetos comuns em que todas as revistas querem melhorar. Foram precisamente esses desafios que as revistas portuguesas com fator de impacto partilharam no VI Simpósio AMP que se realizou a 13 de julho na Ordem dos Médicos. Fomento do trabalho de equipa e motivação especialmente dos revisores, peça chave da cidadania científica sem a qual as publicações não subsistem, foram algumas das dificuldades sentidas e debatidas num encontro no qual o bastonário Miguel Guimarães fez questão de falar da aposta desta direção na sua revista científica. Agradecendo aos profissionais que escolhem a Acta Médica Portuguesa para publicar. “Acreditamos que vale a pena dar o nosso contributo a quem faz publicações e investigação”, frisou, manifestando o desejo de que a AMP possa crescer e que agregue ciência tornando-se cada vez mais “uma revista de referência a nível internacional”, levando o nome de Portugal ainda mais longe no que ao mundo científico diz respeito. O bastonário agradeceu com especial enfoque ao editor chefe, o especialista em Medicina Geral e Familiar, Tiago Villanueva, a quem asseverou que “este foi um projeto dos mais importantes do mandato”, a par do desenvolvimento da nova prova nacional de acesso e do fundo de apoio à formação médica.
A sessão de abertura contou ainda com as intervenções do editor chefe da AMP, Tiago Villanueva, e de Rui Tato Marinho, anterior editor-chefe desta publicação, que dirigiu a revista científica da OM durante 6 anos e que frisou a importância de quem antecedeu porque considera que “há um caminho para trás a não ser esquecido”, referenciando todos os editores eméritos. Alberto Galvão Teles (1978-1987), F. Veiga Fernandes (1987 – 1993), A. Sales Luis (1993 – 1996), Carlos Ribeiro (1996 – 1998), J. Germano Sousa (1999 – 2004), Pedro Nunes (2005-2010), o próprio Rui Tato Marinho (2011 – 2016) e José Manuel Silva (2017), são os editores sem os quais a revista não teria chegado onde chegou. Rui Tato Marinho frisou o papel essencial dos primeiros que persistiram em falar e editar ciência, quando ninguém o fazia. Referiu ainda a equipa que com ele trabalho, nomeando um a um todos os elementos da equipa da OM (Manuela Saraiva e Rosa Soares, Paula Fortunato, Rui Matos e Miguel Reis) mas também o papel fundamental do professor de farmácia Fernando Fernandéz Llimos, a quem deixou o seu agradecimento porque durante mais de dois assegurou um apoio fundamental para que a revista científica da Ordem dos Médicos continuasse a manter as suas indexações e fosse sempre melhorando.
Na primeira sessão do dia, os representantes das revistas portuguesas indexadas falaram de desafios e vitórias, partilhando experiências numa sessão com moderação da editora da AMP Helena Donato. Pela Acta Med Port. (FI 1,698) Tiago Villanueva, pela Rev Port Cardiol (FI 1,651) Nuno Cardim, pela Acta Reumatol Port. (FI 1,375) Ricardo Ferreira e pela Pulmonology (FI 9,216) António Morais, falaram dos valores de fator de impacto alcançados este ano, das circunstâncias que influenciaram a subida que se verificou a nível mundial (e que corresponde ao aumento das citações fruto dos artigos sobre COVID-19).