O Bastonário da Ordem dos Médicos e o Coordenador do recém-criado Gabinete Estratégico para a Saúde Global, decorridos 2 anos e meio de pandemia a SARS-CoV-2 e quando se vislumbra o fim deste flagelo à escala global vêm:
– Esclarecer que o início da nova campanha de vacinação sazonal, com as vacinas de 2ª geração adaptadas à variante Ómicron, representa uma nova etapa no combate à pandemia e visa prevenir pela vacinação o acréscimo de atividade por SARS-CoV-2 que se prevê que possa ocorrer nos próximos meses;
– Elucidar que a antecipação da vacinação com características sazonais, à semelhança do que se já faz para outros vírus, nomeadamente o vírus da gripe, associada à taxa de vacinação global e à diminuição da incidência e, sobretudo, da gravidade são sinais muito positivos que prenunciam o fim da pandemia;
– Apelar para que toda a população-alvo convocada pela Direção-Geral da Saúde adira, sem reservas, à presente campanha de vacinação de modo a garantir a máxima imunização e a máxima prevenção nos meses finais da pandemia;
– Salientar que é fundamental manter uma apertada vigilância clínica, epidemiológica e, em particular, virológica para monitorizar o impacto da pandemia e o eventual aparecimento de novas variantes ou subvariantes que possam justificar ajustes nas medidas de combate à pandemia;
– Relembrar que, mesmo com vacinas, há novos fármacos antivirais com eficácia documentada na prevenção das formas graves e cujo acesso em tempo útil deve ser assegurado e que existem milhares de doentes com formas graves de imunocompromisso, por exemplo, os doentes transplantados, os doentes neoplásicos, sobretudo do foro hemato-oncológico, e os doentes sujeitos a terapêuticas imunossupressoras (os denominados “prisioneiros da pandemia”), que não conseguem montar uma resposta imunológica à vacina e que beneficiam da administração de anticorpos monoclonais em regime de profilaxia pré-exposição. Portugal é dos escassos países europeus que, ainda, não disponibiliza esta forma de profilaxia complementar da vacina aos doentes mais vulneráveis.
O Bastonário e o Coordenador do Gabinete Estratégico para a Saúde Global da Ordem dos Médicos alertam que a pandemia ainda não acabou e que, embora o fim possa estar próximo, é necessário manter uma elevada responsabilidade individual e coletiva. O fim da pandemia depende de nós!
Lisboa, 20 de Setembro de 2022