Durante a sessão de abertura do II Congresso Nacional “Uma nova visão para o sistema nacional de saúde”, que decorreu no dia 12 de novembro, a anfitriã, Antonieta Dias, fez questão de afirmar a total independência do evento, começando por enquadrar como todos os profissionais estão profundamente apreensivos quanto à evolução e futuro do SNS. Referindo-se à importância de tomar decisões com base na evidência cientifica e da multidisciplinariedade das abordagens, esta médica lembrou o trabalho dos profissionais que estão “ao serviço de todos aqueles que confiam em nós o seu bem mais precioso: a saúde”, lembrando que foram tempos de muita angústia, nomeadamente com o medo dos contágios mas também com o isolamento e a privação de apoio e a necessidade de adaptação. Reconhecendo como os médicos continuaram a exercer as suas funções com dedicação e lembrando que “assistimos à morte de muitos profissionais”, a organização deste congresso quis trazer à discussão questões importantes, nomeadamente a necessidade de termos um Estado que invista na saúde e na segurança dos seus cidadãos, mas também fizeram questão de homenagear esses profissionais, entregando ao bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, um diploma de mérito com o qual se distinguiu simbolicamente a totalidade dos médicos mas também os profissionais de saúde, pelo seu intenso e dedicado trabalho durante estes primeiros 2 anos de pandemia.
O bastonário agradeceu o simbolismo do ato, num congresso em que se falou sobre o impacto da pandemia na sociedade civil mas também do papel dos profissionais de saúde neste contexto adverso. Frisando que “ser humanista e solidário” foram duas das características dos nossos profissionais que ajudaram a que o seu desempenho fosse exemplar, sem, obviamente, esquecer “o profundo conhecimento e a formação de elevada qualidade” que potenciaram que obtivéssemos em Portugal bons resultados quanto à taxa de letalidade – “mesmo sem termos as capacidades que têm países como a Áustria, França ou a Alemanha”, que “têm mais camas e mais equipamentos”, “comparamos muito favoravelmente com estes países”, evidenciou, enaltecendo os médicos pela forma como se sacrificaram em prol dos seus doentes. “Isto deve-se muito à qualidade dos nossos médicos, dos nossos enfermeiros, enfim de todos os profissionais”.
Referindo-se aos desafios que enfrentamos, o bastonário defendeu que a forma de relacionamento do SNS com o setor privado e social tem que evoluir e ser diferente pois “temos que ter mais capacidade no SNS para sermos competitivos para conseguirmos reter médicos e enfermeiros”. Só assim “o SNS será mais robusto e terá mais capacidade de resposta às necessidades dos nossos doentes”.
Miguel Guimarães instou todos os profissionais a “defender a importância capital do Serviço Nacional de Saúde para garantir o direito à saúde dos portugueses” e concluiu dirigindo palavras de enaltecimento à organização: “Muito obrigada por esta iniciativa”.