A vacinação contra a Covid-19 arrancou há um ano em Portugal, com a primeira dose a ser simbolicamente administrada ao infeciologista António Sarmento, membro do Gabinete de Crise Covid-19 da Ordem dos Médicos. Depois de vários problemas no arranque inicial, nomeadamente por não se ter logo começado a vacinar por idade e em grandes centros de vacinação, como recomendou a Ordem dos Médicos, o processo acabou por ser alterado, com o Almirante Gouveia e Melo a concretizar a missão com sucesso.
“Passado um ano, não recuperámos ainda a vida que gostaríamos, mas é inegável que as vacinas são um sucesso e um marco na viragem no combate à pandemia. Estamos a conseguir reduzir o número de casos graves e com desfecho fatal que, no fundo, é o principal objetivo”, salienta o bastonário da Ordem dos Médicos e o coordenador do Gabinete de Crise.
“Mas este vírus também nos ensinou que não podemos dar nada como garantido, pelo que é crucial manter o foco no processo de vacinação, dotando-o de uma estratégia bem definida e de meios suficientes para a sua operacionalização. Perder a confiança da população nesta fase, é abdicar de dois anos de grandes sacrifícios pessoais com consequências imprevisíveis, pelo que importa evitar a todo o custo episódios de comunicação errática ou de falta de resposta dos serviços”, reforça Miguel Guimarães.
“Adicionalmente, continua por concretizar a transparência dos dados. Importa saber o que está a acontecer, nomeadamente o perfil dos internados e das mortes no que ao esquema vacinal e morbilidades associadas diz respeito”, insiste o bastonário e o coordenador do Gabinete de Crise.
Lisboa, 28 de dezembro de 2021