A propósito da tomada de posse do Governo, Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, foi entrevistado no dia 31 de março para o Bom Dia Portugal, programa da RTP 1, sobre as suas expectativas quanto à nova legislatura. O bastonário espera que a política da saúde “se centre mais nas pessoas e nas suas necessidades”. Mas a centralidade nas pessoas “não chega”, explicou. “Vamos ter que fazer uma transformação do Serviço Nacional de Saúde para que consigamos dar resposta aos desafios que temos pela frente”. Uma mudança que tem que começar “pela capacidade competitiva do SNS”, defendeu o representante dos médicos, considerando que o SNS tem que “competir com o setor privado e com os outros serviços de saúde dos países que estão à nossa volta e que captam muitos dos nossos médicos”. Ser competitivo nessa captação dos melhores profissionais, só acontece se se criarem condições de atratividade: “se não tivermos um SNS com autonomia no funcionamento das unidades de saúde , flexibilidade de gestão, possibilidade de contratação rápida seja de enfermeiros, médicos ou outros profissionais” de que necessite.
Outra área abordada pelo bastonário como relevante para o trabalho desta nova legislatura, é a implementação de “ferramentas essenciais para a transformação digital” como o processo clínico único que acompanhe o doente em todo o seu percurso, independentemente da unidade a que se desloque. “Se tivéssemos um processo clínico único estaríamos a poupar muitos milhões de euros e muitos exames desnecessários que as pessoas acabam por fazer”.