De acordo com os dados analisados pela Rádio Renascença, mais de 10% dos portugueses com idade igual ou superior a 80 anos ainda não receberam a dose de reforço da vacina contra a COVID-19. Na faixa dos 50-59 anos a cobertura vacinal da terceira dose é de apenas 30%. Portugal está fora do “top 10” europeu no que respeita à percentagem de população inoculada nesta fase depois de, inicialmente, ter sido apontado como referência mundial.
Portugal ocupa a 20ª posição no ranking de nações com a maior percentagem de população inoculada com a terceira dose da vacina contra o SARS-CoV-2.
De acordo com os dados disponíveis na plataforma “Our World in Data”, da Universidade de Oxford, Portugal é o 13.º país da União Europeia com mais doses de reforço administradas, em percentagem da população. Até ao dia 2 de janeiro, cerca de 29% dos portugueses tinham recebido a terceira dose da vacina. Um valor que fica aquém dos números registados no Reino Unido, Dinamarca, Malta, Irlanda e Áustria, onde a cobertura vacinal da dose de reforço supera os 40%.
Também a Alemanha, Bélgica, Grécia, França, Itália, Hungria, Luxemburgo e Espanha ultrapassam Portugal. Já a Polónia, Letónia e Bulgária apresentam os piores resultados, com uma cobertura inferior a 20%.
O bastonário da Ordem dos Médicos considera que o desempenho modesto de Portugal no reforço da vacinação contra a COVID-19 se explica com o travão a fundo no processo, após a saída de Henrique Gouveia e Melo da coordenação da “task force”. “Baixámos os braços numa altura em que não devíamos ter baixado os braços”, constatou Miguel Guimarães, em declarações à Renascença.