Numa entrevista em que assinalou os 44 anos do Serviço Nacional de Saúde, data que se comemorou no passado dia 15, o Bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, disse ao Correio do Ribatejo que este serviço público foi “a materialização de um sonho de liberdade e esperança”. “O Serviço Nacional de Saúde é uma das grandes conquistas da democracia portuguesa e um pilar fundamental na resposta aos cuidados de saúde das populações, na promoção do bem-estar dos cidadãos, na longevidade e na redução das desigualdades”, frisa. Comentando a “grande reforma” anunciada pelo Governo para Janeiro do ano que vem, com a criação de 31 Unidades Locais de Saúde, o dirigente manifestou apreensão: “se a proposta da DE-SNS for apenas replicar o modelo atual, que, salvo raras exceções, não funciona, vemos esta proposta com grande preocupação”, e acrescentou que “aquilo que foi anunciado como a maior reforma do SNS não passa de uma proposta já conhecida, criada em 1999, e que não tem cumprido com os objetivos de mais acesso aos cuidados de saúde, de aproximação entre os cuidados hospitalares e primários e de atração e fixação dos médicos no SNS”. O alargamento das ULS a todo o país terá que ter em conta as realidades locais, caso contrário, se for apenas a replicação do atual modelo “tratar-se-á de um naufrágio anunciado”.
Entrevista completa pode ser lida aqui: https://correiodoribatejo.pt/o-sns-e-uma-conquista-da-democracia-portuguesa-que-deve-ser-preservada-e-fortalecida/