O presidente do Colégio de Especialidade de Psiquiatria da Ordem dos Médicos, António Reis Marques, defendeu, na audição do grupo de trabalho para a saúde mental na Assembleia da República, que a saúde mental “tem sido o parente pobre da medicina” e que é altura de a valorizar.
“A pandemia trouxe a saúde mental para o espaço público e mediático, o que foi, apesar de tudo, importante. Até há pouco tempo, a saúde mental dizia respeito aos “tolos”, mas hoje a população tem noção que a saúde mental diz respeito a todos”, disse.
Por isso, acrescentou, “está na altura de valorizar a saúde mental, que tem sido o parente pobre da medicina”, tendo por base o Programa Nacional para a Saúde Mental de modo a conduzir uma “reforma global a longo termo, modernizando o país neste assunto”.
“Temos que investir muito nos recursos humanos, criar redes de apoio e proximidade na comunidade que congreguem e agreguem um conjunto de atores como as IPSS, os órgãos de poder local e os cuidados de saúde primários”, frisou.
Os psiquiatras consideram que é necessário apostar, por um lado, na prevenção, através da criação “de condições no emprego, na escola e de vida que permitam um desenvolvimento harmonioso” e, por outro, na reabilitação porque “não há estruturas para isso e é necessário criá-las para que os doentes não sejam estigmatizados e ostracizados como até agora”.