Recomendação
Escolha usar psicostimulantes como primeira linha para os problemas de comportamento agressivos ou disruptivos em crianças com Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção, antes de recorrer ao uso de antipsicóticos (nomeadamente risperidona).
Justificação
Existe evidência que confirma que crianças com PHDA, com ou sem Perturbações Disruptivas do Comportamento, que sofrem de sintomas incapacitantes de oposição e desafio, problemas de comportamento ou agressividade devem ser tratados com psicoestimulantes (metilfenidato) como primeira linha do tratamento farmacológico. O tratamento com outras medicações para a PHDA (nomeadamente a atomoxetina, guanfacina e clonidina) pode providenciar uma melhoria destes sintomas com poucos efeitos laterais. As guidelines Canadianas para a PHDA indicam que pode haver benefício em ajustar a medicação com psicoestimulantes para controle destes sintomas em vez de acrescentar antipsicóticos ou estabilizadores de humor, pelos efeitos adversos importantes e evidência muito limitada de eficácia para apoiar o seu uso.
As intervenções não farmacológicas de psicoeducação devem ser recomendadas e reforçadas junto dos clínicos, sendo justificado o uso de fármacos apenas quando estas não se mostram suficientes. Estas medidas devem incluir principalmente o treino de competências parentais em grupo e uma análise comportamental que assegure o suporte apropriado dos pais e do meio escolar.
A informação apresentada nesta recomendação tem um propósito informativo e não substitui uma consulta com um médico. Caso tenha alguma dúvida sobre o conteúdo desta recomendação e a sua aplicabilidade no seu caso particular, deve consultar o seu médico assistente.
Bibliografia
- Pringsheim T, Hirsch L, Gardner D, Gorman DA. The pharmacologicalmanagement of oppositional behaviour, conduct problems, and aggression in children and adolescents with attention-deficit hyperactivity disorder, oppositional defiant disorder, and conduct disorder: a systematic review and meta-analysis. Part 1: psychostimulants, alpha-2 agonists, and atomoxetine. Can J Psychiatry. 2015;60(2):42-51.
- Pringsheim T, Hirsch L, Gardner D, Gorman DA. The pharmacological management of oppositional behaviour, conduct problems, and aggression in children and adolescents with attention-deficit hyperactivity disorder, oppositional defiant disorder, and conduct disorder: a systematic review and meta-analysis. Part 2: antipsychotics and traditional mood stabilizers. Can J Psychiatry.2015;60(2):42-51.
- A cost-effectiveness analysis of off-label atypical antipsychotic treatment in children and adolescents with ADHD who have failed stimulant therapy; Atten Defic Hyperact Disord. 2016 September; 8(3): 149–158. doi:10.1007/s12402-016-0198-1.
Recomendação original disponível em:
http://www.choosingwiselycanada.org/
Uma recomendação de:
Colégio da Especialidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Ordem dos Médicos
Recomendação subscrita por:
Colégio da Especialidade de Medicina Geral e Familiar da Ordem dos Médicos
Choosing Wisely Portugal
Escolhas Criteriosas em Saúde