Chama-se ROSE o projeto que conquistou o primeiro prémio do BI Award for Innovation in Healthcare, uma iniciativa que quer levar a sustentabilidade aos blocos operatórios e que recebe, por isso, um prémio de valor monetário de 20 mil euros. No segundo lugar do pódio está o projeto Ver Melhor, Mais Perto, que visa a criação de uma Plataforma de Cuidados Primários de Saúde Visual, e que recebe um prémio de 10 mil euros, sendo o terceiro lugar atribuído ao projeto MEDSCRIBE.AI, que pretende desenvolver um software capaz de libertar os médicos de muitas das tarefas burocráticas que lhes ocupam o seu tempo, utilizando a Inteligência Artificial (que conquista 5 mil euros).
Criado com o objetivo de distinguir projetos inovadores capazes de contribuir para a otimização dos cuidados de saúde em Portugal, nesta segunda edição o BI Award for Innovation in Healthcare teve como tema a “Sustentabilidade para um futuro comum”. E é em nome dessa mesma sustentabilidade que o ROSE – Enviroment Sustantibilty Of The Operating Room – quer agir. Por enquanto apenas um projeto-piloto, a funcionar no Centro Hospitalar Universitário de Santo António, no Porto, a ideia é torná-lo abrangente, já que o bloco operatório pode ser responsável pela produção de até 20% dos resíduos hospitalares anuais. Para isso, foram definidas várias frentes nas quais o ROSE pretende atuar, tais como a triagem de resíduos, a sustentabilidade hídrica, a emissão de gases com efeito de estufa ou os fumos hospitalares, o que permite, ao mesmo tempo, proteger o ambiente e gerar poupança para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O projeto piloto ROSE foi escolhido entre 100 candidatos, todos muito diferenciados e inovadores e que foram amplamente elogiados pelo Bastonário da Ordem dos Médicos, instituição que dá apoio institucional à iniciativa que distingue projetos sobre sustentabilidade na inovação, na prestação de cuidados de saúde, na tecnologia e no ambiente. Carlos Cortes frisou nesta cerimónia a importância de todos contribuirmos para a inovação e sustentabilidade do SNS, deixando a garantia de “colaboração empenhada da Ordem dos Médicos”. O segundo e terceiro classificados foram projetos de criação de uma Plataforma de Cuidados Primários de Saúde Visual e de um software que pretende libertar os médicos de muitas das tarefas burocráticas que os sobrecarregam, utilizando Inteligência Artificial. “Mais que palavras queremos que se concretizem os projetos que podem efetivamente melhorar” o futuro do SNS, sempre a pensar no “bem estar concreto das pessoas”, com base em valores como “solidariedade e desenvolvimento científico e tecnológico”, enquadrou Carlos Cortes.
Já na abertura da cerimónia do BI Award for Innovation in Healthcare, o Presidente do Conselho Regional do Norte da OM, Eurico Castro Alves, havia igualmente elogiado a iniciativa da Boehringer Ingelheim, manifestando o desejo de que se mantenha e que continue a ter o apoio institucional da Ordem dos Médicos. Porque este é um prémio que se traduz em qualidade para o SNS e a OM tem o dever de defender essa qualidade. Esta iniciativa faz-nos “recuperar o otimismo” e estes prémios “representam o que temos de muito bom: os profissionais de saúde juntam-se e criam soluções” e nascem boas ideias para melhorias nos cuidados de saúde.
Na área da oftalmologia, especialidade que lida com grandes dificuldades no acesso e na equidade dos seus doentes, com maior ênfase em algumas regiões do País, o projeto Ver Melhor, Mais Perto, que conquistou o 2º lugar, tem como objetivo criar uma Plataforma de Cuidados Primários de Saúde Visual. Tal plataforma visa disponibilizar consultas de oftalmologia aos cidadãos, promover a equidade, diminuindo as deslocações hospitalares e os custos associados, implementar rastreios, promover a sustentabilidade ambiental e melhorar a experiência do doente, nomeadamente, o grau de satisfação relativamente à sua jornada.
O terceiro classificado, o projeto MEDSCRIBE.AI, pretende reduzir o tempo do médico que é dedicado a realizar tarefas burocráticas (redação de notas clínicas em consulta, relatórios clínicos, registo de resultados de exames de diagnóstico, entre outros), o que, no caso do SNS, corresponde a cerca de 30 milhões de horas médicas alocadas a trabalho burocrático com um custo de aproximadamente 600 milhões de euros. Um gasto que quer colmatar através da criação de um software, baseado em Inteligência Artificial, dirigido a todas as especialidades, que terá as funções de criar automaticamente as notas médicas das consultas, notas de alta, cartas de transferência, notas de referenciação, relatórios clínicos e ainda resumir os relatórios e resultados dos principais exames de diagnóstico.
Para Vanessa Jacinto, Head of Market Access da Boehringer Ingelheim “com o BI AWARD e com as ligações que conseguimos criar entre mentores, júris e equipas, acreditamos que mesmo os que não recebem o prémio ganham sempre também. É uma experiência incrível de troca de conhecimentos e conversas extremamente gratificantes e úteis”.
“O projeto BI AWARD – Sustentabilidade para um futuro comum – preenche o propósito da Ordem dos Médicos. O propósito de participarmos no progresso científico, no progresso da medicina e dos cuidados de saúde prestados aos nossos doentes. Todos nós temos de participar neste desenvolvimento sustentável para, em conjunto, construirmos um mundo melhor, assente sobre cuidados de saúde de qualidade” refere Carlos Cortes, Bastonário da Ordem dos Médicos.