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Prevenir primeiro

Autor: Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos

*Artigo publicado no jornal Correio da Manhã no dia 10/01/2018

 

A ocorrência de picos de procura nas urgências dos hospitais portugueses, devido a surtos gripais, não é propriamente um facto inesperado nos meses de dezembro e janeiro. Basta olhar para as notícias em anos anteriores para se perceber que isso sempre sucede.

Não se percebe, assim, por que motivo, ano após ano, sucessivos governos continuam a mostrar-se incapazes de antecipar os problemas expectáveis com estes picos de procura. Seja reforçando os meios humanos (médicos, enfermeiros, assistentes) ou os meios físicos e equipamentos que permitam tratar os doentes (capacidade de internamento, medicamentos, materiais, …). Ou por que motivo, de forma atempada, não se define o prolongamento dos horários e reforço de alguns centros de saúde, tornando-os mais acessíveis aos portugueses.

A literacia na Saúde devia ser uma aposta séria e concreta do Ministério da Saúde. Educar os cidadãos, através de campanhas públicas, a recorrerem, de forma otimizada e eficaz, ao SNS. Seria um contributo efetivo para melhorar o acesso aos cuidados de saúde, ajudando a minimizar fatores de tensão que se repetem nestas alturas. Para doentes e profissionais de saúde. Afinal, prevenir ainda é o melhor remédio.