Depois da tomada de posse do bastonário da Ordem dos Médicos para o triénio 2020-2022, foi a vez dos Conselhos Regionais, dos órgãos Sub-Regionais e Assembleia de Representantes. Miguel Guimarães presidiu às cerimónias de tomada de posse do norte, centro e sul e, em todas elas, destacou a importância do reforço de número de votos nestas eleições, que é um sinal claro de união dos médicos e de reforço do papel que a Ordem dos Médicos pode ter na sociedade.
“Demonstrámos à sociedade civil que estamos preocupados com a nossa saúde e com o nosso Serviço Nacional de Saúde e que queremos fazer melhor pelos nossos médicos e pelos nossos doentes”, disse o bastonário, que nas cerimónias deixou alguns desafios à ministra da Saúde para os próximos anos: respeitar e valorizar o trabalho dos profissionais, olhar de outra forma para as zonas carenciadas e melhorar o acesso dos doentes a cuidados em tempo apropriado.
“Não se defende a marca SNS escondendo e omitindo o que está mal”, justificou Miguel Guimarães, que aproveitou as tomadas de posse para voltar a insistir na importância de as decisões políticas não irem contra a ciência. “Fiquei envergonhado com a nova lei de bases da saúde”, confessou o bastonário, lembrando que deixou de fora o ato médico, mas abriu porta às terapêuticas não convencionais que não têm qualquer evidência científica.
Apesar de tudo, Miguel Guimarães mostrou-se satisfeito pelo facto das várias campanhas contra a medicina e contra os médicos não estarem a ter efeito. A título de exemplo, citou um estudo da GFK publicado há um ano, que concluiu que os médicos estão entre as profissões em que os portugueses mais confiam e que mais respeitam, logo depois dos bombeiros. Na cauda da lista estavam os políticos e os banqueiros. Já em janeiro deste ano foi publicada uma sondagem da Intercampus. Foi perguntado aos inquiridos “Para igual experiência na profissão, que profissionais acha que deveriam ganhar mais?” Perante quatro hipóteses, mais de 70% dos portugueses escolheram os médicos (38,9%) ou professores (31,8%). Já os juízes só reuniram 4,2% de apoio e os deputados 1,6%.
Por seu lado, os presidentes das secções regionais também destacaram a importância do papel da Ordem dos Médicos e prometeram defender o SNS e o acesso a cuidados de saúde de qualidade. O presidente do Conselho Regional do Norte, António Araújo, garantiu que continuará a ser uma “ponte de diálogo” entre os médicos e as várias instituições, nomeadamente com a Administração Regional de Saúde e os conselhos de Administração, insistindo na importância de “decisões baseadas na evidência”.
Já o presidente do Conselho Regional do Centro, Carlos Cortes, assegurou que vai continuar a alertar o poder político e a opinião pública para os problemas do SNS, pretendendo ser também promotor de propostas e soluções. “Eu acredito no SNS, mas não acredito em quem tem tido a responsabilidade de o manter e fazer crescer”, disse.
Por fim, o presidente do Conselho Regional do Sul, Alexandre Valentim Lourenço, salientou a importância de se “aliar a capacidade técnica à humanização”, assim como “atenuar desigualdades sociais”. “Temos uma vontade inabalável de qualificar a medicina para melhorar a saúde dos portugueses”, afirmou.