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Para onde caminham os cuidados na saúde no séc. XXI?

Autora: Ana Rita Magalhães, Interna 4ºano de MGF, USF Barão Nova Sintra (ACeS Porto Oriental)

 

A visão que eu trago é uma visão muito positiva, uma visão de esperança e uma constatação que somos privilegiados por fazer parte de uma evolução sem precedentes na nossa história. Todos os dias luto com o limite do ser humano, com a dificuldade do sistema, com a quantidade de informação e com um sentimento de impotência em ajudar mais pessoas a melhorar a sua qualidade de vida e muitas vezes a contornar fatalidades. Os detalhes, as variáveis e a complexidade do corpo humano tornam a tarefa de todos os intervenientes na saúde desafiante e, muitas vezes, com um desfecho injusto. Onde está a solução para o cancro? Para a SIDA? Para devolver a felicidade de alguém com Alzheimer? São questões que nos afetam diariamente mas felizmente não somos os únicos que procuram uma resposta e a esperança está à porta. A junção da tecnologia, da biologia e da neurociência está a abrir um espaço de oportunidade sem precedentes na evolução da medicina e do Ser humano.

Um médico para conseguir diagnosticar a patologia de um paciente necessita de informação, necessita de avaliar sintomas, incorporar antecedentes pessoais, familiares, as novas linhas orientadoras na saúde e em menos de 20 minutos conseguir cruzar esta informação com um gigante repositório de doenças para determinar a causa. Nenhum Ser humano está preparado para processar tanta informação, nem mesmo os melhores e mais experientes profissionais conseguem correr todas estas probabilidades em tão pouco tempo. “Watson”, uma tecnologia de inteligência artificial, está a ser desenvolvida para ter essa capacidade, para conseguir armazenar todas as doenças da história, atualizar-se constantemente com informação das mais recentes pesquisas, com todos os dados de todos os hospitais do mundo. Com um conhecimento profundo, com o histórico do utente e da família e muitas outras variáveis, conseguirá, em poucos segundos, determinar qual a doença que ali se manifesta. A quantidade de erros que esta tecnologia conseguirá evitar é revolucionário, vai ter a capacidade de prevenir e acelerar os tratamentos, de contribuir para erradicar surtos mais rapidamente e sobretudo, melhorar a qualidade de vida de todos.

Um grupo de notáveis juntou-se na Califórnia para solucionar uma das maiores dores das últimas décadas: a cura para o cancro. A empresa Flatiron decidiu juntar a tecnologia, a comunidade de oncologia, aos académicos, às pesquisas e aos hospitais para criar uma plataforma de informação que acelere as conclusões de qual o melhor caminho para chegar à tão aguardada solução. O talento e a dedicação destas pessoas permite hoje cruzar dados a uma velocidade que nunca foi possível e contribuir para todos os outros projetos que estão juntos no mesmo objetivo. Não só a tecnologia nos está a permitir ser mais céleres no processo, como também, a juntar pessoas em todo o mundo com uma causa comum – a cura para o cancro – que poderá salvar milhões de vidas.

Mas o grande mistério da vida continua a prevalecer. Não existe ainda nenhuma solução para evitar o envelhecimento. Calico, uma empresa fundada pela Google, tenta resolver o que ainda agora nos questionamos. Através da tecnologia avançada e do conhecimento da biologia humana, tenta aumentar a esperança média de vida.

São imensos os avanços que todos os dias damos para um Ser humano mais poderoso, um Ser humano com mais capacidade e sobretudo com mais qualidade de vida.

Milhares de pessoas em todo o mundo dedicam a sua vida a tentar combater o impossível, entregando diariamente a esperança de que um dia todos os problemas terão uma solução.