Miguel Guimarães foi chamado, no dia 9 de dezembro, à comissão de saúde do Parlamento para falar sobre recomendações para a revitalização do Serviço Nacional de Saúde, onde defendeu a necessidade de reforço de recursos humanos e de uma maior autonomia nas unidades de saúde do serviço público para melhorar a resposta aos doentes.
O bastonário reforçou as conclusões do projeto “Saúde em Dia“, da Ordem dos Médicos e da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares – com o apoio da farmacêutica Roche – que mostrou que desde o início da pandemia ficaram por fazer milhões de consultas e exames presenciais, bem como milhares de cirurgias. Só nos centros de saúde, nos primeiros dez meses do ano, ficaram para trás mais de 6 milhões de consultas médicas presenciais. Nos hospitais foram 2,7 milhões de consultas, cirurgias e episódios de urgência.
“Neste momento crítico, em que temos milhões de exames diagnóstico para recuperar, milhões consultas por fazer, milhares de cirurgia por fazer, é evidente que precisamos de um investimento mais robusto, senão dificilmente vamos conseguir dar resposta”, afirmou o bastonário da Ordem dos Médicos.
“Esta pandemia tem um impacto directo nos doentes Covid, mas o impacto lateral da pandemia é muito maior nos doentes não Covid. O SNS respondeu, mas não respondeu a tudo. A nossa preocupação é com todos os doentes”, reforçou Miguel Guimarães, que aproveitou para pedir que os médicos de família sejam liberados de tarefas burocráticas que, neste momento, os impedem de ver os seus doentes de sempre.
Para o bastonário, o “SNS é muito forte, mas se se juntar com o resto do sistema estamos se calhar mais bem preparados do que a maioria países europeus para dar a resposta mais adequada a todos”. É, por isso, considerou, necessário contratualizar com os sectores privado e social, à semelhança do que alguns hospitais estão fazer.
Saiba mais sobre a audição parlamentar nesta notícia do Jornal Público.