O 22º Congresso Nacional da Ordem dos Médicos ocorreu entre os dias 26 e 28 de setembro, na Secção Regional do Norte e teve como tema principal “O médico líder na Saúde e na Sociedade”. A conferência inicial foi proferida pelo presidente do 22º Congresso Nacional da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães que lembrou dezenas de médicos que marcaram pela positiva estas 4 décadas e enalteceu a dedicação e resistência dos cerca de 28 mil médicos, especialistas e internos, que trabalham no SNS.
O bastonário começou por referenciar alguns médicos que ofereceram um contributo inegável para a evolução da medicina em Portugal e que foram igualmente líderes no contributo cívico que prestaram à sociedade:
“Ricardo Jorge e a higiene pública; Miguel Bombarda e a tuberculose; Júlio de Matos e a Psiquiatria; Egas Moniz e o Prémio Nobel; Abel Salazar, a bem da humanidade; Corino de Andrade e a paramiloidose; Baltazar Rebelo de Sousa, o Estado Social e os centros de saúde; Gonçalves Ferreira e a integração dos serviços médico-sociais da previdência; Miller Guerra e o Relatório sobre as Carreiras Médicas; (…) Linhares Furtado e a colheita de órgãos; Albino Aroso e a saúde materno-infantil; Victor Ramos e a reforma dos cuidados de saúde primários e as Unidades de Saúde Familiar”, entre tantos outros.
Na análise da atualidade, especificamente sobre a Lei de Bases da Saúde, o bastonário lamentou que se esteja a “tentar validar cientificamente – através de uma lei da AR – terapêuticas que não têm qualquer validade científica”, numa atitude que definiu como de desconsideração “pelos profissionais que todos os dias fazem o melhor pelos seus doentes”.
Se no SNS há uma deficiência de recursos humanos (cerca de 19 mil especialistas e 9 mil internos), no país há médicos suficientes para as capacidades da medicina privada e social, com mais de 12 mil médicos a trabalhar em exclusivo nesses setores. “Quando me questionam se há mais ou menos médicos no SNS refiro sempre que a força de trabalho no SNS neste momento é menor nomeadamente porque temos mais doentes. (…) O que, na prática, quer dizer que os nossos médicos estão a ter uma carga de trabalho imensa. (…) Os médicos ultrapassam tudo o que está previsto no Código de Trabalho quanto ao limite de horas extraordinários a realizar por ano: no máximo deviam ser 150 horas extra anuais”, sublinhou.
A concluir, Miguel Guimarães explicou ainda a importância de atrair profissionais para as regiões mais carenciadas de forma a resolver os problemas de quem tem dificuldade de acesso a cuidados de saúde.
Veja a reportagem completa na edição Nº 201 da ROM – Revista da Ordem dos Médicos