As ordens profissionais dos Nutricionistas, Médicos, Médicos Dentistas, Farmacêuticos e Enfermeiros apoiam uma série de medidas relativas aos alimentos com excesso de sal. Juntas, as ordens da saúde alinham num conjunto de recomendações em benefício da saúde de todos os portugueses. A promoção da literacia alimentar da população e a promoção de saúde e prevenção da doença são fundamentais. As doenças relacionadas com o consumo excessivo de sal nos alimentos são a maior causa de morte prematura.
As ordens profissionais dos Médicos, dos Enfermeiros, dos Farmacêuticos, dos Médicos Dentistas e dos Nutricionistas são favoráveis à implementação de uma série de medidas sobre o consumo de alimentos com excesso de sal. Bolachas e biscoitos pré-embalados, flocos de cereais e cereais prensados e batatas fritas ou desidratadas com mais de um grama de sal por cada 100 gramas são alguns dos produtos alimentares que o Governo quer abranger com a criação de um imposto especial sobre o sal – de 0,80 euros por quilo –, como previsto no Orçamento de Estado de 2018. As ordens da saúde apoiam a introdução de medidas que, em conjunto, sejam favoráveis à diminuição do consumo de sal.
No texto endereçado aos deputados da Assembleia da República, destaque para uma série de recomendações no sentido de: “garantir o desenvolvimento de campanhas de educação alimentar de forma a ampliar a literacia alimentar da população portuguesa com vista à promoção de hábitos alimentares e estilos de vida saudáveis, e a prevenção das doenças crónicas não transmissíveis”. O documento reforça ainda a necessidade de se promover, junto da indústria alimentar em Portugal, a reformulação deste tipo de produtos, não esquecendo a vigilância das medidas implementadas através da realização de um relatório anual sobre o seu impacto, nomeadamente com a análise da evolução das vendas destes alimentos, e dos potenciais ganhos em saúde relacionados.
Em Portugal, o consumo de sal ainda ultrapassa, em mais do dobro (10,7g/d), o consumo recomendado. Cerca de 35 mil portugueses morrem todos os anos de enfarte agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral (AVC), segundo dados recentes da Direção-Geral da Saúde (DGS). As boas escolhas alimentares influem diretamente na expetativa de vida saudável e os fatores de risco que mais contribuem para o total de anos de vida saudável perdidos pelos portugueses – 15,8% – são precisamente os hábitos alimentares desadequados.
A Hungria, que desde 2011 aplicou um imposto a alimentos com elevado teor de sal, açúcar e gordura é um exemplo do impacto positivo deste tipo de medidas. Dois terços da população alteraram os seus hábitos de alimentação face aos produtos taxados com este imposto especial. No caso dos snacks salgados, por exemplo, houve uma transferência de consumo para fruta fresca na ordem dos 86 %.