A Ordem dos Médicos tomou conhecimento de que, mais de um mês depois de ter sido lançado um concurso para a colocação de 365 médicos de família, estes especialistas ainda não estão a trabalhar nos novos postos de trabalho. Esta situação preocupa a Ordem dos Médicos, tendo sobretudo em consideração a grande carência de médicos de família que existe no Serviço Nacional de Saúde e o facto de muitos destes médicos continuarem a ser desviados para o acompanhamento da pandemia, sem possibilidade de se assegurar resposta aos outros doentes.
“Já passou cerca de um mês desde a data limite para os novos médicos de família se candidatarem aos lugares. Tiveram apenas cinco dias para apresentarem as suas candidaturas, precisamente pela urgência. No entanto, incompreensivelmente, o concurso fechou e continuam por colocar”, explica o bastonário da Ordem dos Médicos.
“Os cuidados de saúde primários são essenciais e tendo em consideração que ainda há mais de 700 mil portugueses sem médico de família, estas contratações são particularmente importantes. Convém lembrar que muitos doentes continuam a não conseguir consulta com os seus médicos de família, pois a tutela mantém a opção de os desviar para as Áreas Dedicadas COVID-19, para o Trace COVID e para o StayAway COVID, entre outras tarefas, como o apoio aos lares”, reforça Miguel Guimarães. E acrescenta: “Com a aproximação do inverno e de uma segunda vaga, é urgente que o Ministério da Saúde redesenhe a sua estratégia para deixarmos de ter tantas barreiras no acesso aos centros de saúde”.
Lisboa, 17 de setembro de 2020