A primeira fase da campanha coordenada pelo bastonário da Ordem dos Médicos para assegurar que todos os médicos têm acesso à vacina contra a Covid-19 já se encontra concluída no Porto e no Algarve. Em Lisboa a operação ainda decorre, e no fim-de-semana será a vez de Coimbra. Ao mesmo tempo, o bastonário já reuniu com a Direção-Geral da Saúde para insistir na importância de se rever com urgência a norma que está a impedir que os colegas que já tiveram a infeção sejam vacinados nesta fase.
Em todo o país foram cerca de 4200 os médicos que se inscreveram para esta primeira etapa da imunização. A nova coordenação da Task-Force para a vacinação contra a Covid-19, depois de várias insistências e duas semanas depois de a Ordem dos Médicos (OM) ter lançado uma petição pública pela vacinação imediata dos médicos, que ultrapassou as 10 mil assinaturas, aceitou terminar com uma situação injusta, que deixava os doentes e os médicos mais desprotegidos.
A coordenação reconheceu que os médicos e restantes profissionais de saúde estão no primeiro grupo prioritário a vacinar e aceitou o apoio da Ordem dos Médicos na identificação dos colegas que estão por vacinar, bem como em toda a operacionalização deste processo de programação do momento de vacinação e administração das vacinas, que decorreu em parceria com os polos de Lisboa e do Porto do Hospital das Forças Armadas, com o Centro de Saúde Militar de Coimbra e com o Centro Hospitalar Universitário do Algarve.
“O processo é complexo, mas, numa causa como esta, não podíamos hesitar e avançámos para pôr cobro a uma situação de injustiça que se arrastava há dois meses. A campanha está a ter muito sucesso, sem desperdício de vacinas, sem reações adversas e com os médicos muito agradecidos e com uma esperança renovada, ao saberem que reduzem a probabilidade de adoecer e de ficar impedidos de proporcionar as consultas, exames e cirurgias que os seus doentes tanto precisam”, destaca o bastonário da Ordem dos Médicos.
“Assumimos esta responsabilidade e risco para assegurar que os médicos e os doentes ficam protegidos e que se salvam todas as vidas possíveis. A Ordem dos Médicos cumpre o seu dever de identificar falhas, mas também estamos sempre disponíveis para fazer parte da solução, assim nos queiram ouvir”, reforça Miguel Guimarães, assegurando que “os colegas que já tiveram Covid-19 não estão esquecidos e a Ordem vai continuar a insistir com as autoridades de saúde para que revejam a norma e os possamos vacinar com urgência”.