A Ordem dos Médicos reuniu esta semana com a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) com o objetivo de discutir as dificuldades e as perspectivas de futuro deste importante serviço público, assim como os constrangimentos que se sentem nas urgências hospitalares. Naquele que foi o primeiro encontro formal entre o Bastonário da Ordem dos Médicos e António Gandra d’Almeida, depois de assumir o cargo de Diretor Executivo do SNS, foram referidos os desafios que enfrentam especialidades como Medicina Interna, Medicina Geral e Familiar, Saúde Pública, Ginecologia e Obstetrícia, Anestesiologia, Medicina Física e Reabilitação, entre outras, “especialmente por falta de recursos humanos médicos, por falta de valorização da carreira, inexistência de condições adequadas para ter e dar formação ou para fazer investigação”, mencionou Carlos Cortes, frisando que os problemas que existem nas urgências são “o espelho das dificuldades de todo o SNS”. Especificamente sobre a área de MFR, foi referido o documento enviado pela Ordem ao Ministério onde se explanaram os 15 eixos estratégicos e propostas de acção, com medidas urgentes e prioritárias nacionais para esta especialidade mas também para o setor da Saúde em geral. Nesse documento defende-se a revisão e reorganização da Rede MFR, a criação urgente de um Plano Nacional da MFR / Reabilitação (funcional, organizacional, técnico científico). Já hoje, em reunião com o Ministério da Saúde, a delegação da OM voltou a abordar as dificuldades sentidas no terreno mas também as perpetivas para futuro e potenciais soluções.
A acompanhar ambas as visitas Catarina Aguiar Branco destaca que se abordou a interdisciplinaridade MFR- MGF, a presença da MFR nos CSP, as equipas de reabilitação multiprofissionais e multiprofissionais integradas. Nestas reuniões foi devidamente frisada a “discordância com propostas que geram a disrupção e a contradição com as orientações internacionais” para a MFR. À imprensa Carlos Cortes enquadrou que foram “abordados os problemas de fundo do SNS”, naquele que considera ser mais um verão “verdadeiramente preocupante”, por exemplo na área das urgências de Ginecologia e Obstetrícia. O dirigente tem manifestado apreensão perante as fragilidades que continuam a evidenciar-se no Serviço Nacional de Saúde. Uma situação que traduz as “más opções políticas de há vários anos, resultado da falta de soluções de sucessivos governos”, considera.
A delegação da Ordem dos Médicos, na reunião com a DE-SNS incluiu além do Bastonário, Carlos Cortes, a Presidente do Colégio de MFR, Catarina Aguiar Branco, Augusto Magalhães, do Conselho Regional do Norte da OM, Manuel Teixeira Veríssimo Presidente do Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos e Teresa Guimarães, em representação do Conselho Nacional do Médico Interno. Já na reunião com o Ministério da Saúde, o Bastonário foi acompanhado por Manuel Teixeira Veríssimo, Alberto Caldas Afonso, tesoureiro do Conselho Nacional da OM, Maria da Luz Loureiro, e Catarina Aguiar Branco.