A pedido do bastonário Miguel Guimarães, o Conselho Nacional da Política do Medicamento da Ordem dos Médicos (OM) elaborou um parecer sobre o uso de canábis para fins terapêuticos. No documento, é reconhecida a forte evidência da sua eficácia em algumas situações clínicas específicas.
Miguel Guimarães solicitou ao Conselho Nacional da Política do Medicamento um parecer sobre a evidência científica do uso de canábis para fins terapêuticos e as conclusões são claras: “Existe forte evidência da eficácia da canábis e canabinóides no tratamento de dor crónica nos adultos, como antiemético associado ao tratamento oncológico, na redução da espasticidade por esclerose múltipla e no controlo da ansiedade.”
A Ordem dos Médicos homologou o parecer em Conselho Nacional reconhecendo que, nestes casos específicos, “o melhor nível de evidência atual permite considerar a potencial utilização” de canábis na sua forma medicamentosa.
O parecer destaca ainda que, “pela potencial toxicidade de canábis e canabinóides, a sua prescrição deve ser exclusivamente médica, com especial regulamentação” e implica um controlo adequado das especificações de produto, incluindo substâncias ativas, doses, processo de fabrico. Lembra também que, atualmente, “nenhum país europeu autoriza a canábis fumada para fins médicos”.
As recomendações sobre a utilização de canábis ou canabinóides deverão ser atualizadas à medida que mais evidência for publicada, incluindo os ensaios clínicos que se encontram atualmente em curso.
Conselho Nacional da Ordem dos Médicos
O Bastonário da Ordem dos Médicos
Lisboa, 11 de janeiro de 2017
Parecer do Conselho Nacional da Política do Medicamento da Ordem dos Médico