A vacinação é um instrumento fundamental para vencermos a pandemia da Covid-19. Contudo, este é um dossier que não pode ser gerido país a país, já que desde o primeiro momento ficou demonstrado que o vírus não conhece fronteiras. Assim, hoje, Dia Internacional dos Direitos Humanos, o bastonário da Ordem dos Médicos defende que Portugal pode ter um papel mais forte na vacinação dos países em desenvolvimento, mais concretamente junto da comunidade dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.
“Por ocasião do Dia Internacional dos Direitos Humanos, a ONU já nos veio alertar que a pandemia trouxe um aumento preocupante das desigualdades, a começar pelas taxas desproporcionadas de infeção e morte nas comunidades mais marginalizadas”, explica o bastonário da Ordem dos Médicos. “O aparecimento de novas variantes não é um sinal de falência das vacinas. É, sim, um sinal de um mundo que caminha a várias velocidades e em que os países mais ricos fizeram o seu percurso isoladamente, deixando uma vez mais para trás as sociedades menos estruturadas”, lamenta Miguel Guimarães.
O bastonário entende que a União Europeia, como um todo, pode ter um papel crucial nesta temática, e que Portugal pode ter um papel mais forte junto dos PALOP. A Ordem dos Médicos vai reforçar contactos com as suas congéneres nos PALOP para perceber a melhor forma de colaborar.
“Neste dia não posso também deixar de expressar a minha preocupação com o aumento das barreiras no acesso à saúde, tanto em Portugal como em outros países, em especial para os doentes não Covid-19, sinal de que muitas vezes o combate à pandemia não foi estruturado com base em princípios éticos”, completa Miguel Guimarães.
Lisboa, 10 de dezembro de 2021