Depois de várias insistências e duas semanas depois de a Ordem dos Médicos (OM) ter lançado uma petição pública pela vacinação imediata dos médicos, que ultrapassou as 10 mil assinaturas, foram criadas condições para terminar com uma situação injusta, que deixava os doentes e os médicos mais desprotegidos.
A nova coordenação da Task-Force para a vacinação contra a Covid-19 reconheceu que os médicos e restantes profissionais de saúde estão no primeiro grupo prioritário a vacinar, pelo que aceitaram o apoio da Ordem dos Médicos na identificação dos médicos que estão por vacinar, bem como em toda a operacionalização deste processo de programação do momento de vacinação e administração das vacinas.
Assim, numa primeira fase, foram identificados mais de 4000 médicos em condições de serem vacinados. Para os médicos acima dos 65 anos, de acordo com orientações da Direção-Geral da Saúde e da própria Task-Force, serão entregues à OM vacinas da Pfizer. Para os médicos com menos de 65 anos a Task-Force disponibilizará vacinas da AstraZeneca.
“A vacinação está a ser feita em alguns locais do país. Começámos este fim-de-semana no Porto, com a imunização de um total de 626 médicos com 65 ou mais anos de idade e seguimos hoje para o Algarve. É um processo complexo, em que o planeamento e a organização têm de ser exemplares. A OM assumiu a responsabilidade e o risco de coordenar e organizar a vacinação dos médicos que estavam a ficar para trás, nomeadamente aqueles que trabalham em consultórios e clínicas. Não podíamos deixar de fazer tudo o que está ao nosso alcance para proteger a vida dos médicos e consequentemente garantir que os doentes continuem a ter acesso às suas consultas, exames e cirurgias”, destaca o bastonário da Ordem dos Médicos. “Vacinar um médico é assegurar que estará apto a salvar vidas, ainda mais numa altura de grande fragilidade como a que atravessamos”, reforça Miguel Guimarães, que finaliza: “Não vamos deixar ninguém ficar para trás, estamos juntos e ninguém vai ficar desprotegido”.