Um despacho publicado no dia 4 de agosto pelo Ministério da Saúde identifica os serviços públicos hospitalares com mais carências em cada especialidade médica. Pelos cálculos da TSF, no topo dos hospitais com faltas em mais especialidades médicas surgem três instituições do Alentejo: a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (17 especialidades), o Hospital do Espírito Santo de Évora (16) e a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (15).
Das duas dezenas de hospitais, centros hospitalares ou unidades locais de saúde que o Ministério da Saúde confirma que têm carências em determinadas especialidades, seguem-se o Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (15 especialidades), a Unidade Local de Saúde do Nordeste, a Unidade Local de Saúde da Guarda e a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco – sendo que nos três casos anteriores as carências chegam a 14 especialidades.
Ainda acima da dezena de especialidades com carências, surgem a seguir a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano e o Centro Hospitalar do Médio Tejo (ambos com 12), bem como o Hospital Distrital de Santarém e o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (10).
O Centro Hospitalar Universitário do Algarve, que surge com frequência nas notícias com vários tipos de dificuldades, tem carências em nove especialidades.
Compensar médicos deslocados com “um ou dois dias a mais de férias” não chega
Um ou dois dias de férias a mais não chega para compensar os médicos obrigados a estar longe da área de residência para trabalhar. É a convicção do bastonário da Ordem dos Médicos. Miguel Guimarães reage assim à notícia da TSF sobre os onze hospitais nacionais, centros hospitalares ou unidades locais de saúde com carências de médicos em dez ou mais especialidades, insistindo que a atual política de incentivos para a mobilização não é adequada e deve mesmo ser reformulada. “As políticas de incentivo têm de ser para a sociedade e têm de ter um caráter mais generalizado”.