Perante a recusa de dezenas de médicos em fazer mais horas extraordinárias, depois de muitos deles terem ultrapassado as 150 horas obrigatórias previstas na lei, e à beira da exaustão, e as dificuldades de escalas que assolam quase todo o Serviço Nacional de Saúde (SNS), a Ordem dos Médicos manifestou uma “imensa apreensão” e solicitou uma reunião de emergência ao Ministro. Depois de ouvir muitos colegas, a delegação liderada pelo Bastonário Carlos Cortes esteve na João Crisóstomo para transmitir não só as preocupações dos profissionais, mas também para apresentar algumas propostas. Apostar na atratividade e investir na formação e na carreira médica são algumas das propostas desenhadas para combater a situação gravosa em que se encontra o SNS e que irão agora ser aprofundadas – com a OM mas também com os sindicatos, no que se refere a matérias de natureza sindical. “Nunca é demais recordar as palavras de António Arnaut: o maior valor do SNS são os seus profissionais, nomeadamente os médicos. É preciso proporcionar condições de trabalho que demonstrem respeito pelos médicos e pela dignidade da profissão”. Já esta semana, Carlos Cortes havia afirmado a urgência de termos “uma intervenção de fundo, rápida e aprofundada” que faça com que os médicos se sintam respeitados pelo sistema de saúde e pelas hierarquias para que se consiga fazer face à “grave situação que o SNS” atravessa. Carlos Cortes instou o Ministério a iniciar a reforma precisamente pelos profissionais de saúde.