De acordo com o Jornal de Notícias, entre janeiro e junho de 2020 houve, no Serviço Nacional de Saúde, 8,112 milhões de horas a mais do que horário normal de trabalho – mais 1,163 milhões de horas do que em período homólogo do ano transacto. Quase metade das horas desse trabalho suplementar – cerca de 470 mil – foram realizadas no mês de maio.
O bastonário da Ordem dos Médicos sublinha que o custo das horas suplementares poderia ser investido na contratação de mais profissionais de saúde. “Em 2019, foram mais de seis milhões de horas extraordinárias que os médicos fizeram. O que se gastou [mais de 100 milhões] dava para contratar cerca de 5.500 médicos como assistentes hospitalares em regime de 40 horas semanais”, totalizou Miguel Guimarães.
A maior carga de trabalho devido à pandemia, que será agravada quando se restabelecerem todos os procedimentos que foram sendo adiados, está a provocar cansaço extremo e burnout nos profissionais de saúde.
Médicos, administradores hospitalares e enfermeiros não têm dúvidas de que é necessário um plano especial para o setor, sendo os 500 milhões de euros anunciados insuficientes.