O Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) concluiu que a morte de uma criança de 6 anos no Hospital de Santa Maria não decorreu da vacina contra a Covid-19, segundo os resultados da autópsia e dos exames complementares realizados. De acordo com o comunicado, foram “concluídos os exames complementares laboratoriais” e enviado ao Ministério Público, no dia 1 de fevereiro, “o relatório da autópsia realizada no dia 18 de janeiro à criança de 6 anos que deu entrada no Hospital de Santa Maria”.
O INMLCF dá conta também no comunicado que, em respeito pela família e pela intimidade e vida privada, “não divulga outras informações de natureza clínica”, mas pelo interesse público da informação, depois de notícias iniciais tentarem colar esta morte à vacinação contra a Covid-19, decidiu dar esta nota pública parcial.
A forma como foi comunicada esta tragédia, explicitando prontamente que o menor tinha sido inoculado com a primeira dose da vacina contra a Covid-19, foi “explorada ao máximo por pessoas contra as vacinas” e “causou alarmismo desnecessário à população”. Quem o diz é o bastonário da Ordem dos Médicos. Miguel Guimarães afirmou, em declarações à CNN Portugal, que a DGS e o próprio hospital deveriam ter explicado que o caso foi notificado ao Infarmed porque “é obrigatória essa comunicação ao abrigo do protocolo de vigilância ativa de novos medicamentos”. “Se uma pessoa tiver sido vacinada há uma semana e morrer devido a um acidente de carro, esse evento tem de ser partilhado com o Infarmed. O reporte é obrigatório”, explicou.
Este foi um caso de má comunicação em que as entidades de saúde provocaram dúvidas desnecessárias na população sobre a segurança das vacinas nas crianças. Por outro lado, Miguel Guimarães diz que a atuação do Instituto de Medicina Legal foi correta e clara.
Em artigo de opinião publicado no jornal Correio da Manhã, o bastonário escreveu que “o Instituto Nacional de Medicina Legal, sem ferir a intimidade desta família enlutada, já veio anunciar que os resultados da autópsia e exames complementares confirmaram que a morte não tem qualquer relação com a imunização. As notícias sobre isso circularam, mas com menos força e, sobretudo, sem total capacidade de emendar a comunicação pouco eficaz, e até errada, que tanto a Direção-Geral da Saúde como o Hospital de Santa Maria fizeram, aquando dos primeiros dados da morte. O quarto poder [jornalismo] é essencial para a democracia e o seu impacto positivo na sociedade depende da capacidade de cada instituição comunicar melhor e de forma mais clara”. Aceda ao artigo de opinião completo aqui.